O desligamento de Felipe Melo do Palmeiras não mostra somente as desavenças que ele tem com Cuca, mas também apresenta um perfil do treinador — mais voltado para o aspecto tático — o qual já era muito bem conhecido no ano passado.
Cuca não montou o elenco do Palmeiras para 2017. Quem fez isso foi Eduardo Baptista. Assim, muitas peças do inchado grupo alviverde não agradam o treinador — casos como de Felipe Melo e Borja. E seguindo a lógica, Cuca só coloca em campo o que ele gosta de ver.
Felipe Melo tem estilo mais marcador, e o treinador prefere um volante mais leve, que flutua pelo meio e exerça uma saída de bola de qualidade. Já Borja, é aquele centroavante que espera a bola dentro da área, e Cuca quer aquela referência de ataque que trabalhe com muita movimentação (Gabriel Jesus é um excelente exemplo).
Com o aspecto tático claro, é possível entender as desavenças entre Cuca e Felipe Melo. O volante cansou de ficar no banco, e o treinador não vai utilizá-lo ao longo da temporada. Como Melo só fez cinco jogos pelo Brasileiro, ainda pode mudar de clube neste ano. Logo, Cuca encontrou a melhor solução para os dois lados. Vale lembrar que o naipe ‘falastrão’ de Felipe Melo pesou bastante para a decisão.
O caso é muito semelhante ao que aconteceu no Brasileiro do ano passado. Cuca chegou e logo jogou Barrios para reserva — apesar do bom currículo construído na Europa, o estilo do paraguaio também não agradava o treinador, afinal, é o mesmo de Borja. Barrios tinha contrato até o fim do ano passado com o Palmeiras, e uma pessoa conseguiu o segurar no clube até o fim do vínculo: Alexandre Mattos.
Mattos intermediava o relacionamento de Barrios com Cuca. Quando acabou o contrato, o paraguaio foi para o Grêmio e reencontrou seu futebol. Hoje, não há Alexandre Mattos que segure Melo no Palmeiras.