Ensaiando sair da pior crise econômica da história, o País ainda rema contra as dificuldades impostas pelo cenário. E isto se reflete em diversas áreas, como, por exemplo, a indústria automotiva, que, aos poucos, começa a se recuperar do choque mesmo diante de incertezas frente ao cenário político/econômico.
Segundo dados da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, até o mês sete deste ano as fabricantes comercializaram 1,17 milhão de autos e comerciais leves, o que representa um aumento nas vendas na ordem de 3,95% contra idêntico período de 2016, quando foram emplacados 1,12 milhão de modelos. Entretanto, esse crescimento não significa recuperação no varejo, pois 38,2% foram vendidos diretamente pelas fabricantes para locadoras e frotistas.
Fôlego
Se por um lado as vendas internas ainda seguem com fraco ritmo, as exportações de autos produzidos no Brasil bateram recorde de janeiro a julho deste ano, com 439 mil e 600 unidades enviadas para fora do País, 55,3% a mais do que no ano passado.
Assim como as exportações, as contemplações de cartas de créditos também ajudaram a aquecer as vendas de veículos. Dados da ABRAC, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, indicam que a participação dos créditos concedidos por meio de consórcio representa um quarto dos R$ 61,5 bilhões liberados. Para se ter uma ideia da participação da modalidade, em 2016 32% de todos os veículos emplacados foram frutos de consórcio.
Se falarmos apenas de veículos leves, no primeiro semestre a venda de novas cotas cresceu 20,5% no comparativo com igual período do ano passado, segundo informações da entidade. Boa parte deste crescimento é puxado pelos bancos, que nos últimos anos ampliaram sua participação nas vendas de consórcio por causa da crescente inadimplência dos consumidores, quando o País fechou o segundo trimestre de 2017 com 13,5 milhões de pessoas sem ocupação.
Líder dentre as administradoras independentes, a Disal Consórcio é um bom exemplo: cresceu 6% nos seis primeiros meses deste ano, atrás apenas de dois grandes bancos do varejo. Ao todo foram 41 mil 350 contratos fechados. Diferente do mercado, que apresentou queda de 1,8% no total de contemplações, a Disal se manteve estável, com média de 2,5 mil contemplações por mês.
Esse desempenho é o resultado de análises de mercado que permitem ao concessionário tomar decisões mais assertivas com relação aos negócios, programa continuado de treinamento dos vendedores e a elaboração de comunicação on-line e off-line.