O Barcelona está no fim de um ciclo que lhe deu muitas alegrias mas que, como tudo na vida, tem um começo, meio e fim. Este fim já tinha sido amplamente evidenciado na passada temporada, mas ficou ainda mais claro na disputa da SuperCopa espanhola. As duas vitórias do Real Madrid (3-1 em Barcelona e 2-0 em Madrid) foram tão convincentes que até mesmo o veterano Piqué acabou admitindo “em 9 anos de Barcelona, é a primeira vez que me sinto inferior ao Real Madrid”. Palavras por demais eloquentes e que demonstram todo o desencanto de um dos pilares do elenco, onde a recente saída de Neymar foi a cereja de um bolo que estragou.
O que aconteceu com o Barcelona, contudo, acaba ocorrendo tantas vezes que não pode causar surpresa. O envelhecimento de um elenco acostumado aos triunfos jamais acontece sem recriminações, e o peso dos anos é inexorável. Que o diga, por exemplo, Iniesta, o farol do meio de campo que não tem mais condições de disputar dois jogos por semana com o mesmo rendimento de antes. E não existe ninguém, no elenco, que possa substitui-lo à altura.
Dito isto, não se deve, em minha opinião, entoar o “De Profundis”, pois o Barcelona tem todos os meios para reconstruir seu elenco e torna-lo novamente competitivo não apenas na própria Espanha como na Europa. A começar pela montanha de dinheiro recebida pela venda de Neymar e continuando com o apelo emocional que um convite do Barcelona provoca em qualquer jogador deste planeta. O caso de Philippe Coutinho, que manifestou o claro desejo de trocar o Liverpool pelo Barcelona é uma das tantas demonstrações disso.
Assim, é normal preparar-nos para um período de supremacia do Real Madrid (curto ou longo ninguém sabe), mas seria clamorosamente errado dizer que o Barcelona acabou para sempre.