Fotos: divulgação
Não adianta questionar, a Fiat Toro é sucesso inquestionável, muito pelo premiado design e as diversas tecnologias empregadas. Nas vendas, ela está com o “rei na barriga”, com dobradinha das duas picapes (Strada e Toro) na primeira e segunda colocação no ranking de emplacamentos de janeiro a junho de 2017 pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), com 24.686 unidades e 24.027 carros, na ordem. O principal concorrente da picape meio-média é o Renault Duster Oroch, com tímidos 5.466 carros registrados. Sem comparação, né?
Com o desenvolvimento realizado por completo no Brasil, a partir do Jeep Renegade, a Fiat Toro chegou em duas versões de acabamento – Freedom e Volcano -, com motores a gasolina e a diesel. No fim de 2016, no entanto, a marca apresentou um “meio caminho” da picape com a chegada do propulsor 2.4 Tigershark Multiair Flex 16V, que rende 186 cv e 24,9 kgf.m de torque (com etanol). Com mais fôlego, o utilitário acelera até os 100 km/h em 9,9 segundos, com máxima de 200 km/h. Claro, são dados da própria Fiat e usando o combustível de origem vegetal, que oferece mais desempenho.
Esse 2.4, além de ser silencioso, traz a partir de 2.000 rpm 91% do torque, o que evita ter de subir muito a rotação para conseguir força (carregar quatro adultos na Toro trará fadiga), característica dos tradicionais motores naturalmente aspirados. No mais, trata-se de uma evolução do 2.0 flex já adotado no Compass, mas com cabeçote Multiair.
Parte do motivo foi em resposta às constantes críticas sobre o desempenho do propulsor flexível E.torQ 139 cv a 5.750 rpm e torque máximo de 19,3 kgf.m a 3.750 rpm, equipado em primeira mão no Jeep Renegade, também manco.
A unidade de propulsão é da norte-americana Chrysler e produzida na fábrica de motores da FCA em Saltillo, no México, de onde também saem os motores V8 HEMI 5.7 e Hellcat 6.2. O câmbio de nove velocidades casa muito bem, com trocas suaves. salvo algumas ocasiões onde a caixa demorou para realizar as trocas e o giro subiu até os 3.500 rpm, o que chamou a minha atenção e se repetiu diversas vezes.
Embora com diversas tecnologias em prol da redução do consumo, acabou sendo elevado. Em ciclo urbano, a picape acusou no painel média de 6,1 km/l e em rodoviário 8,8 km/l. Com gasolina, os números melhoraram um pouco, subindo para 7,4 km/l e 10,3 km/l, na cidade e na estrada, ordenadamente.
Mas o que muda nesse motor?
Ele é inteiramente em alumínio, inclusive o bloco, para apresentar menor peso e melhor troca de calor. Os quatro pistões de altura reduzida contam com pinos flutuantes, além de revestimento especial (Diamond-Like Carbon). Estes pistões se ligam a um virabrequim forjado de maior resistência e durabilidade, comando de válvulas acionado por corrente metálica mais silenciosa, não necessitando de reposição e bobinas de ignição aplicadas diretamente nas velas, que tem eletrodos de platina e irídio.
Por fim, o novo sistema MultiAir é responsável por variar o tempo e abertura das válvulas de admissão por um sistema eletro-hidráulico comandado pelo gerenciamento eletrônico do motor. Este sistema melhora a eficiência da queima do combustível e reduz as emissões de escape. Bem, com todas essas mudanças a picape Toro ainda conseguiu queimar tudo aquilo de combustível. Imagina se não houvesse tantas inovações, como é que seria?
Tecnologias e acessórios
A picape é bem equipada, de fato. A sigla HCSS (Heated Cold Start System) é um novo recurso desenvolvido pela Magnetti Marelli que dispensa o reservatório de gasolina suplementar para partida a frio em um sistema flex. Em outras palavras, dispensa o uso do tanquinho em dias mais frios. Há também o Start/Stop que liga e desliga o motor em paradas no trânsito, conseguindo, assim, economizar até 20% da queima. Já o inédito botão Sport, localizado logo abaixo da tela multifuncional, quando acionado, prolonga as trocas de marchas em tocadas mais esportivas.
Além de todos os itens de série da Freedom 1.8 Flex, ela ainda ganha capota marítima, retrovisores elétricos, brake light, luz de caçamba, sensor de pressão nos pneus, volante em couro com tecla áudio e borboletas para as trocas de marchas, rodas de 16 polegadas, além da nova cor perolizada exclusiva para a versão, a Branco Polar.
De serie, a picape traz direção elétrica com ajuste de altura e profundidade, ar condicionado duas zonas, controle de estabilidade e de tração, hillholder e tantos outros. De forma opcional, há um vasto leque: a Toro Freedom cobra R$ 9.123 para o pacote Kit road, que traz faróis de neblina, sensor de luminosidade, de chuva e crepuscular, retrovisor eletrocrômico com rebatimento automático, apoio para o braço dianteiro e traseiro, cromados na parte de fora, maçanetas e retrovisores na cor do veículo, tela de 5 polegadas, GPS e rodas com 17 polegadas com pneus 225/65 de uso misto.
Vale a compra?
O carro é bonito e traz bastante tecnologia, ainda mais frente a sua concorrente Renault Duster Oroch, com bem menos itens. No entanto, por R$ 111.125 ter apenas tração 4X2 e decepcionar no quesito consumo de combustível acaba sendo falho, mas pode ser relativo se levar em conta a necessidade do comprador, levando em conta que por R$ 105.350 uma versão a diesel mais econômica e potente pode ser sua. Sobre o desempenho, ela vai bem, só começa a titubear quando carrega mais do que três adultos.
Ficha técnica – Fiat Toro 2.4 Freedom
Preço: parte de R$ 100.270
Motor: 2.360 cc com 174 cv (gas) e 186 cv ( eta)
Torque: 23 kgf.m (gas) e 24,9 kgf.m (eta)
Câmbio: automática de nove velocidades
Aceleração de 0 a 100 km/h: N/D (gas) e 9,9 s (eta)
Velocidade máxima: 200 km/h (eta) e 197 km/h (gas)
Peso: 1.704 kg
Pneus: dianteiros e traseiros, 215 x 65, aro 17 pol
Capacidade do porta-malas: N/D
Tanque de combustível: 60 l litros
Dimensões: comp. 4.915 cm, larg. 1.844 cm, alt. 1.730 cm e entre-eixos de 2.990