Em um bom truque de ilusionismo, o mágico atrai a atenção do expectador para um determinado ponto. Enquanto isso, outra ação acontece, de modo que ela passe desapercebida pela pessoa que a assiste — afinal, ela está totalmente entretida no ponto já mencionado. Até que chega uma hora em que o truque acontece, ela se surpreende e se pergunta: ué, mas como?!
A vitória do Corinthians sobre o Palmeiras por 2 a 0, no Allianz Parque, tem a mesma lógica de um truque de ilusionismo. O jogo já era esboçado antes mesmo de seu início: com o alviverde indo totalmente ao ataque e o alvinegro atuando extremamente fechado, em busca da oportunidade ideal para armar um contragolpe mortal.
Parecia que o Palmeiras dominava o arquirrival. Tinha maior posse de bola, mais volume, mais finalizações, cruzamentos… E tudo se passava de apenas ilusão. Quem realmente havia armado o truque era o Corinthians, que devido à proposta de jogo — proporcionando uma apresentação segura no setor defensivo — teve o controle do jogo na palma da mão.
Na primeira boa chance criada no ataque, Romero chutou rasteiro, para fora, aos 9 minutos de jogo. Aos 22′, surgiu a segunda oportunidade: Arana caiu na área, o juiz marcou pênalti; Jadson bateu e converteu. A terceira só veio na etapa complementar, aos 19′, quando novamente Arana recebeu bom passe de Romero e concluiu para o fundo das redes. E foi só.
Foram três finalizações do Corinthians em 90 minutos, sendo que uma foi para a linha de fundo. De resto, só deu Palmeiras, que de 18 chutes, apenas quatro foram no alvo — e foi um ou outro que realmente assustou.
Fato é que o Palmeiras não esteve perto de dominar o Corinthians e, agora, todos os reforços trazidos para essa temporada receberam ainda mais questionamentos.