Confesso que fiquei surpreso quando Rogério Ceni, ao encerrar sua brilhante carreira de jogador, resolveu ser técnico. Fiquei surpreso pois pensava nele como um excelente diretor esportivo, utilizando toda sua experiência para resolver os inúmeros problemas que surgem num elenco forçosamente heterogêneo. E tendo o anteparo de um técnico, seja ele quem fosse, que, em caso de insucesso, seria demitido como é praxe. Já que o diretor raramente perde seu lugar, mesmo que tenha clamorosamente errado nas contratações ou nas dispensas.
Na mesma linha de raciocínio, via anos depois Rogério Ceni tornar-se o mais jovem presidente de toda a história do São Paulo. E nessa função podendo remodelar totalmente o clube, dando-lhe uma condução mais moderna e, sobretudo, mais eficiente.
Mas Rogério Ceni optou pela carreira de técnico e, cercando-se de dois auxiliares estrangeiros, partiu para um projeto bem ambicioso em que, para ser eventualmente bem sucedido, deveria contar com o apoio do presidente do clube e com um mínimo de tempo à disposição. O apoio, entendendo-se por isso a manutenção do elenco e a contratação de reforços, ele nunca teve de forma integral. E o tempo, que eu entendo devesse ser – no mínimo – de uma inteira temporada, também lhe foi negado.
Assim, quando os resultados não foram os almejados, sua saída foi o desfecho lógico e esperado, embora boa parte da torcida tenha resguardado sua imagem, preferindo voltar-se contra o presidente.
Deixando estas desavenças para o plano interno do clube, fico-me agora perguntando qual será o futuro de Rogério Ceni. Seria normalmente aceito num outro clube como técnico, ou sofreria certa rejeição por parte da torcida acostumada a vê-lo como adversário ?
A esta pergunta não tenho respostas, mas fica-me intensa curiosidade em saber qual vai ser o desfecho da historia…pois Rogério Ceni, por seu passado como excelente goleiro, mereceria ser lembrado de forma amplamente positiva no histórico do futebol brasileiro. E não como um ídolo que não deu certo como técnico.