O que estava desenhando desde os treinos, com a Ferrari conquistando a primeira fila e a Mercedes atrás (com Bottas à frente de Hamilton) acabou refletido no pódio. Lá, após 70 voltas apaixonantes, tivemos Vettel vencedor, Raikkonen segundo e Bottas terceiro, com Hamilton quarto.
Mas a corrida teve lances sensacionais, sobretudo a partir da 24.a volta, quando Vettel avisou o box que tinha problemas com a direção. Nas imagens tv via-se claramente o volante torto em trechos de reta, o que diminuiu seu ritmo e, sobretudo após o pit-stop, quando todos passaram aos pneus macios, permitiu às Mercedes diminuir drasticamente a distância das Ferrari. Até que o box Mercedes deu ordem a Bottas de deixar passar Hamilton (e Bottas o fez de forma plateal) para que o inglês pudesse tentar chegar em Raikkonen e depois em Vettel.
Neste momento o box Ferrari tomou uma decisão tática extremamente arriscada, mas que se revelou vencedora. Ao envés de mandar Vettel deixar passar Raikkonen, que certamente teria ganho a corrida, pediu ao finlandês que protegesse o líder, impedindo o avanço de Hamilton. E Raikkonen desenvolveu seu papel de forma magistral, não obstante a dificuldade de ficar atrás do companheiro sem estragar os pneus, ao mesmo tempo em que tinha que defender-se destaque de Hamilton. Para mim, aliás, Raikkonen foi o grande nome deste GP e merece nota 10 !
Na linha de chegada o box Mercedes mandou Hamilton devolver o 3º lugar a Bottas, e assim o inglês perdeu mais 3 pontos em relação a Vettel, cuja vantagem no mundial agora é de 14 pontos. Nada mal, após o desastre de Silverstone, em que o alemão perdera 19 dos 20 pontos de vantagem que tinha sobre Hamilton !
Entre os demais pilotos deve-se destacar o erro de Verstappen
logo na la largada, batendo em seu companheiro de equipe Ricciardo, que – justamente – ficou louco da vida por ficar fora de uma corrida em que tinha boas chances de pontuar. E a magnifica apresentação de Alonso que, no dia em que completava 36 anos, levou sua modesta MacLaren-Honda a um soberbo 6º lugar, com a satisfação de marcar, no final, a volta mais rápida.
Por fim, Massa, derrotado por uma labirintite, não conseguiu nem mesmo tomar parte no treino oficial de sábado e foi obrigado a assistir a corrida. A ele nossos votos de pronto restabelecimento.
Agora o mundial vai observar sua costumeira pausa de verão, voltando a 27 de agosto com o GP da Bélgica, seguido a 3 de setembro com o GP da Italia. São dois circuitos, Spa e Monza, cujas características de velocidade casam muito bem com a Mercedes. Assim o mundial tem tudo para continuar a ser disputado até o fim, sem que se possa indicar um favorito. A não ser o óbvio, isto é que o título será de Vettel ou de Hamilton.