Fotos: Lucas Henk
Não existe nenhuma categoria no segmento automotivo que seja tão relevante para as montadoras e o público quanto a dos SUVs. Desde os mais enxutos como o aguardado Renault Kwid até os grandalhões como Audi Q7 e afins, a regra é ter modelos disponíveis em toda a faixa de preço. Para os mais abastados, a Mercedes-Benz tem no Brasil uma gama composta pelo GLA, GLC, GLC Coupé, GLS, GLE e GLE Coupé.
Em via de regra, muitos sabemque a aquisição de modelos dos quais estão relacionados acima não representa a grande parte da população. Mas nem por isso podemos deixar de avaliá-los e trazer a impressão ao volante para você, caro leitor. Bem, para contextualizar o modelo é segunda geração do SUV que ganhou a designação GLC e substituiu, em 2016, o GLK. Após isso, passou a ser ofertado no País em duas versões, GLC 250 4MATIC e GLC 250 4MATIC Sport, este último avaliado nesta reportagem e com preço que parte de R$ 295.900.
Plástica
O SUV remete bastante ao modelo Classe C, tanto pela plataforma compartilhada como pelo visual que trazidos do sedã, como os faróis e a grade dianteira. Atrás, as lanternas trazem ao mesmo tempo personalidade e esportividade, junto com a dupla saída de escape, pequeno difusor traseiro e os spoilers. Segundo a Mercedes, o SUV é capaz de proporcionar apelo emocional a quem o vê. Eu, por minha vez, apenas digo que não há o que questionar, o GLC é bonito e chama a atenção por onde passa!
Além disso, o “suvinho” cresceu e ao mesmo tempo diminuiu cerca de 80 kg, sendo somente 50 kg graças a nova carroceria que o GLC adquiriu quando aposentou o GLK. Mas é ao volante que fica evidente a diferença entre o Classe C e o utilitário, a começar pela tração dianteira no primeiro e a integral 4MATIC (versão topo) para o segundo. Vale destacar que ambos usam a plataforma modular MRA, mas primeiro utilizada no sedã.
Comportamento
Na cidade, o carro se vale da excelente combinação entre o elástico motor 2.0 com o câmbio 9G-TRONIC, que traz conversor de torque e também suspensão recalibrado com acerto mais esportivo. Assim, garante um comportamento mais arisco sem haver detrimento do conforto. Segundo a Mercedes, a divisão de torque ficou com 45% e 55% entre o eixo dianteiro e o traseiro. Bem, mas nada disso vale sem as informações técnicas do propulsor, então vamos lá: trata-se de um quatro cilindros turbo com injeção direta a gasolina, que gera 211 cv e 35,6 kgf.m entre 1.200 rpm e 4 mil rpm. A aceleração aos 100 km/h é cumprida em 7,3 segundos, com máxima em 222 km/h, números interessantes para os 1.735 kg. Já o consumo ficou na casa dos 8,6 km/l e 10,3 km/l, respectivamente em ciclo urbano e rodoviário.
Por dentro
Não é de se espantar o acabamento esmerado do GLC. Há detalhes em black piano com aço escovado, mesclando esporte com toques aristocratas. Mas como nem tudo são rosas, tive certa dificuldade com o touch do mouse (localizado ao lado do botão de freio de mão) ao tentar ajustar a estação de rádio quando quis escutar notícia e, pasmem, não consegui conectar o Bluetooth do meu smartphone com o do carro. O volante em formato D, por sua vez, é de fácil interpretação no que refere à sua funcionalidade. Atrás, há espaço de sobra nos joelhos para quem tem cerca de 1.80 m, mesmo com os bancos da frente ajustados no máximo para trás.
No console, há o Dynamic Select localizado no display de mídia central, que regula em cinco níveis os modos de condução do GLC – Comfort, Individual, Sport, Sport Plus e Eco -, alterando significativamente o tempo de reação do acelerador, da suspensão (AIRMATIC) e das trocas de marchas, desde o modo mais calmo para o mais agressivo. Em compensação, o alemãozinho demonstrou um rodar bastante suave e agradável quando ajustado na primeira opção acima mencionada, com mudança nas engrenagens quase que imperceptíveis.
A concorrência deste segmento é grande, por isso o GLC precisa se destacar. Sim, mas ele não é tão completo assim, sendo os itens que o configuram: sistema Start/Stop, acabamento esportivo AMG Line interno e externo, auxílio de partida em subidas, controle de estabilidade, controle adaptativo de cruzeiro, monitoramento dos pneus, proteções em preto fosco nos para-lamas, sensor de chuva, rodas de liga leve com 19 polegadas, banco do motorista com ajuste elétrico e memória, espelhos rebatíveis eletricamente, teto solar panorâmico, suspensão esportiva, porta-malas com acionamento elétrico, dentre outros. Seria bacana se tivesse alerta de ponto cego, não é?
Considerações finais
Um carro que não falta com a beleza, o desempenho e o conforto. Apesar de cometer alguns deslizes, o GLC pode comprar briga sem medo contra seus concorrentes, mesmo sabendo que será apertada. O silêncio da cabine é algo tão agradável que não pode ser esquecido…
Ficha técnica – Mercedes-Benz GLC 250 4Matic Sport
Preço: R$ 295.900
Motor: gasolina, 4 cil 2.0, turbo, 211 cv a 5.500 rpm
Torque: 35,6 kgfm entre 1.200 e 4.000 rpm
Câmbio: 9G-TRONIC
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,3 segundos
Velocidade máxima: 222 km/h
Peso: 1.735 kg
Pneus: 235/55 com 19 polegadas
Capacidade do porta-malas: 550 – 1.600 litros
Tanque de combustível: 66 l com sete na reserva
Dimensões: comp. 4.656 cm, larg. 1.890 cm e alt. 1.644