No Beira-Rio, o Palmeiras perdeu para o Internacional por 2 a 1; mas mesmo assim garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Visto pelo restrito ângulo do resultado numérico, o placar serve de alívio para o torcedor. Por outro lado, analisando o desempenho da equipe alviverde na partida, a luz amarela de alerta da equipe de Cuca ganhou tons alaranjados.
Essa foi a terceira derrota consecutiva do Palmeiras na temporada. O quadro se torna preocupante uma vez que apresenta as mesmas deficiências em uma sequência de jogos: dezenas de passes errados, falhas de marcação, e por aí vai. Em Porto Alegre, o alviverde sofreu dois gols por meio de jogadas que foram construídas pelo lado esquerdo palmeirense. E, acredite, isso não é coincidência.
Ainda insisto em afirmar que Zé Roberto é um ótimo volante improvisado na esquerda. No entanto, as duas falhas me fizeram refletir sobre como seria se Egídio estivesse por aquele setor, e cheguei à conclusão de que o veterano proporciona mais segurança em relação ao lateral de ofício.
E não é só pela esquerda que está o problema de Cuca. Pela Libertadores, contra o Atlético Tucumán, por exemplo, sofria um contragolpe mais perigoso que o outro, sendo que a maioria surgia pela direita. O treinador fez um “remendo” na zaga ao colocar Fabiano na lateral e deixar Jean mais solto pelo meio. Deu certo contra os argentinos; mas há retalhos que são duradouros e outros que nem tanto.
Fato é que o Palmeiras oscila bastante porque perde o controle da partida — ou às vezes nem o adquire. O alviverde joga com linhas afastadas umas das outras e cede muito espaço para o adversário manter a posse de bola. Adianta a marcação e sofre um contra-ataque fulminante. Contra o Inter foi assim: quase levou um gol logo no início, se não fosse pelo pé direito de Fernando Prass. Além disso, não contou com alguém que regesse o meio de campo da equipe por 60 minutos, pois Dudu se machucou no primeiro tempo — Guerra nem viajou para Porto Alegre. A criação, portanto, era feita por três volantes e três atacantes.
Em todo o caso, os maiores problemas são defensivos, mas há tempo de consertá-los para, pelo menos, o mata-mata da Libertadores. Vendo pelo lado positivo, o Palmeiras se livrou do vexame de ser eliminado pelo 12º colocado da Série B, sem técnico e com a autoestima abalada; mas vale ressaltar que o Inter teve um bom rendimento e a vitória foi mais do que justa. O gaúcho caiu nas oitavas devido à baita infelicidade de ter marcado um gol contra no Allianz Parque.