Muitos anos atrás, ao tomar um taxi no aeroporto de Torino, fiquei surpreso, logo nos primeiros metros, com o silêncio de seu motor. Isso indicava tratar-se de um modelo híbrido e me levou a questionar o motorista quanto ao carro. Ele me explicou que se tratava de um Toyota Prius, integrante de uma nova frota que tinha sido incluída nos taxis do aeroporto e que as primeiras impressões eram altamente positivas. E concluiu em tom de brincadeira que o único problema era exatamente a falta de ruído do motor, pelo que os pedestres não percebiam a chegada do Prius e corriam o risco de serem atropelados.
Em novembro do ano passado testamos o novo Prius e agora voltamos a utilizá-lo, mas desta feita exclusivamente em percursos urbanos. E logo me veio à memória aquela brincadeira do taxista de Torino, pois a maior preocupação, dirigindo o Prius em São Paulo, é o cuidado com os pedestres.
Afora isso, o Prius é um carro bem acertado, com uma direção sensível o bastante mas jamais pesada, um sistema de frenagem que cumpre perfeitamente seu papel, uma estabilidade agradável e uma retomada de aceleração eficiente. O câmbio casa perfeitamente com o projeto do carro e é absolutamente linear na transmissão às rodas da energia gerada pelo motor.
Internamente o carro é muito bem acabado, os bancos são confortáveis, o sistema de ar condicionado atua a contento. Em suma, um contexto muito agradável, que justifica seu preço.
Uma anotação particular vai para o consumo, que no conturbado trânsito urbano de São Paulo, com o ar condicionado permanentemente ligado, foi de 17,5 km/l. Isso tendo um certo cuidado com as acelerações e buscando usar o mais possível (isto significa quase sempre, no meu conceito de carro híbrido) apenas o motor elétrico.
Ao lado disso, vale recordar que o Prius produz apenas 70 g/km de CO², o que contribui de forma muito positiva para a redução da poluição nas grandes cidades.