Eduardo Baptista foi demitido do Palmeiras sob a alegação de que não apresentou a evolução esperada pela diretoria. Por um lado, a justificativa do presidente Maurício Galiotte é coerente, mesmo com o time estando a um ponto de ir ao mata-mata da Libertadores. Por outro, reflete a impaciência do brasileiro por resultados imediatos; mas não é só isso.
Baptista chegou ao Palmeiras com a dura missão de elevar o nível do campeão nacional que fora deixado por Cuca. Com um bom elenco nas mãos, oscilou ao longo de sua passagem, encantando e decepcionando. Aplaudindo e criticando.
Sua trajetória foi fortemente marcada pelos jogos emocionantes na Libertadores e, principalmente, pelo desabafo que fez ao colega Juca Kfouri. No entanto, não era só a imprensa que questionava o trabalho do treinador; mas, também, a própria diretoria do Palmeiras. Logo, aquela crítica de Baptista não tinha um único alvo.
Agora chega Cuca, que houvera prometido à esposa que teria um ano sabático. Há quem diga que a saída do campeão brasileiro foi motivada por um forte conflito entre a comissão técnica e a diretoria liderada por Paulo Nobre — não duvido. Agora, com Galiotte no topo da cúpula, Cuca já chega com cobranças de fazer trabalho semelhante ao que fez no ano passado.
Em 2016, Cuca assumiu o Palmeiras na reta final da fase de grupos da Libertadores, e não levou o time ao mata-mata daquela edição. Ao longo do Brasileiro, construiu um time muito forte cuja base foi mantida e reforçada para esta temporada.
Para mim, o Palmeiras tem o melhor elenco do país, mas suas peças tem apresentado muitas falhas — fora do comum —, que contribuiram para a queda de Baptista.
Fato é que Cuca tem em mãos novas peças boa e saberá o que fazer com elas.