Até a semana passada, a luta pelo título mundial da F1 era por todos considerada como um duelo particular entre o inglês Hamilton (Mercedes) e o alemão Vettel (Ferrari).
A partir de domingo à noite, com a surpreendente e merecidíssima vitória do finlandês Bottas no GP da Russia, em Sochi, este conceito talvez tenha que ser revisto. Hamilton é sempre o líder da equipe Mercedes, mas se num dos próximos GPs ele for novamente superado – e de forma clara, como aconteceu domingo – pelo seu jovem companheiro, será difícil a Mercedes impedir que seus dois pilotos, e não apenas o mais famoso, lutem pelo título.
Por ora Hamilton tem 10 pontos de vantagem sobre Bottas, o que o deixa ao abrigo de qualquer mudança imediata, mas se o finlandês mostrar que pode competir com ele, a decisão da Mercedes é já conhecida.
Com efeito, em Sochi Niki Lauda declarou, alto e bom som : “Para nós é importante que uma Mercedes vença, quem a estiver pilotando é outro assunto e não nós preocupa”. Isto deixa bem claro que a Mercedes não veria com desagrado um eventual título de Bottas, pois, no fundo, isto demonstraria que o grande vencedor teria sido o carro.
Um conceito apreciado por muitas equipes, mas que, com a existência de dois pilotos em igualdade de condições, acaba criando uma rivalidade interna deletéria. Basta pensar o clima vivido na McLaren com a dupla Prost e Senna, para se dar conta da amplidão do problema.
Enquanto isso na Ferrari, que depois de muito tempo conseguiu no GP da Russia levar seus dois carros à primeira fila mas não conseguiu transformar isso numa dobradinha, ou pelo menos numa vitória, o problema não existe. Vettel é o nº 1 e Raikkonen o nº 2, e isto dá à equipe uma total tranquilidade.
Bottas, o 3º pretendente ?
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