A Polícia Federal prendeu ontem ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Coaracy Nunes. A prisão faz parte da Operação Águas Claras, que investiga desvio de verbas repassadas para a entidade nos últimos cinco anos.
Ele estaria envolvido em um esquema de licitações abertas para a compra de materiais para as modalidades aquáticas. Há indícios da criação de empresas de fachada que venciam as licitações. Para se ter ideia, no endereço de uma dessas empresas, em São Paulo, funciona um petshop.
A investigação aponta que mais de R$ 40 milhões foram repassados para a CBDA.
Além disso, o MPF também afirma que a entidade ficou com o dinheiro que deveria ser destinado aos atletas em premiações. E assim chegamos ao ponto fundamental desse texto.
As investigações começaram em 2015, depois que atletas e funcionários da CBDA denunciaram as fraudes. Mais de 20 atletas foram ouvidos, entre eles alguns medalhistas olímpicos.
Infelizmente, o sobra nas entidades que comandam o futebol do país são corruptos de bolsos cheios e sorrisos estampados de orelha a orelha. E pior: todos sabem quem são — é absurdamente nítido —, e eles continuam lá. Quer dizer, alguns…
José Maria Marin está em prisão domiciliar em Nova York, e justamente por isso colaborará com as investigações do FBI. Nesta semana, os advogados do ex-presidente da CBF pediram à Justiça norte-americana para que ele seja julgado separadamente dos outros suspeitos de envolvimento com a corrupção na Fifa. A razão é até imaginável.
Em ritmo lentíssimo e a passos curtos, caminhamos para o um futuro positivo para o esporte. Faltam, evidentemente, provas concretas; mas, acima de tudo, coragem.