O domingo definiu mais um classificado à semifinal do Paulista: o Corinthians. A equipe de Fábio Carille superou o Botafogo-SP por 1 a 0, bem ao seu estilo. Para se ter ideia, foram sete vitórias alvinegras pelo placar simples em 19 jogos desta temporada.
No entanto, isso não é o mais preocupante com respeito ao time de Carille, mas a forma de como consegue se complicar ao longo de uma partida completamente dominada, sim.
O Corinthians é um time de extremo caráter defensivo, isso porque o treinador é um especialista em armar todo o sistema que protege o patrimônio próprio. Dessa forma, jogadas de contragolpe são mais eficazes, ainda mais porque os adversários ficam expostos e vulneráveis.
Partindo desse princípio, podemos concluir que para o Corinthians encaixar um contra-ataque fulminante precisará de atletas de velocidade, correto? Resposta: negativo. Entre os titulares, são poucos os jogadores que se destacam por serem velozes, e eles atuam pelas laterais: Fagner, Romero e Guilherme Arana. Então como trabalhar isso?
Durante a mais recente era Tite — e até peço perdão por cometer a covardia de comparar o atual time com o vitorioso de 2015 —, a equipe que foi premiada com o título brasileiro também não tinha atletas rápidos. O atual treinador da Seleção, portanto, fez o simples: compactou sua equipe para ter facilidade no toque de bola, colocando, assim, mais velocidade na troca de passes, ao invés de apostar na agilidade dos atletas.
Resumindo, o que nitidamente impede que isso aconteça é a qualidade técnica dos atletas. Como reflexo disso, aparecem os números de passes errados, além da grande carência do desempenho de Rodriguinho e Jadson. Se os dois funcionam, a criação funciona. Se ambos estiverem apagados no jogo, o alvinegro passa 90 minutos apenas se defendendo.
O Corinthians de 2017 não apresenta um futebol para ser campeão nacional ou continental. Dentro da atual proposta, até pode ficar com o título estadual. Contudo, a meu ver, o alvinegro tem potencial para ter uma temporada vitoriosa, vencendo jogos por mais de dois gols de diferença. Basta fazer o simples, e com perfeição.