O inicio do mundial de F1, com o GP da Austrália (primeiro de uma longa série de 20), trouxe uma novidade em relação aos anos passados. A Mercedes não é mais a equipe líder, capaz de fazer o que quer e levar seu carro (e não raro os dois) ao degrau mais alto do pódio. Agora tem logo atrás uma Ferrari que mostrou ser competitiva e um Vettel que, consciente disso, reencontrou o nível de seus melhores momentos.
A chave da corrida ocorreu entre a 17.a e a 23.a voltas. Inicialmente Hamilton fez seu pit-stop, depois coube a Vettel (que nessas seis voltas deu o máximo) imita-lo e conseguir sair da pit-lane à frente do rival. Que teve ainda a falta de sorte de ficar atrás de Verstappen, o que lhe fez perder certo tempo, até conseguir supera-lo. Mas aí Vettel já tinha construído, volta após volta, uma vantagem considerável, que depois chegou a superar os 10 segundos.
Isto mostrou a Hamilton que seria impossível alcançar seu rival que no finzinho se deu ainda ao luxo de marcar a volta mais rápida. Marca superada pouco depois pelo companheiro de Ferrari, Raikkonen, autor de uma prova sem brilho (recebeu a bandeirada a nada menos que 22 segundos de Vettel) mas que resolveu “acordar” no final para defender seu 4º lugar do perseguição de Verstappen com sua Red Bull.
O que teria acontecido com a Mercedes? Em minha opinião ficou evidente que, a partir da reclamação da Red Bull junto à FIA, a proibição da inter-conexão da suspensão dianteira com a traseira, que era claramente ilegal, mas dava no ano passado uma óbvia vantagem à Mercedes, tirou da equipe uma carta na manga. E Hamilton, na tentativa de “abrir” em relação a Vettel após a largada, acabou prematuramente com seus pneus. Enquanto o companheiro Bottas, sem exigir tanto de pneus semelhantes, conseguia conserva-los por mais tempo, embora à custa de um claro distanciamento dos dois primeiros.
Resta agora ver o que a Mercedes vai fazer para recuperar a vantagem que perdeu. Isto será fundamental para podermos julgar o que vai acontecer neste mundial que, por ora, vê Vettel e a Ferrari na liderança.
Com relação a Massa, sua continuidade na Williams lhe trouxe um merecido 6º lugar, mostrando que sua equipe é, por ora, a quarta força do mundial, atrás de Ferrari, Mercedes e Red Bull. Com relação ao futuro, tudo dependerá do carro poder ou não ser ulteriormente desenvolvido.