Jogando no estádio Centenário, em Montevidéu, onde os uruguaios sofreram apenas um gol nestas Eliminatórias, o Brasil conseguiu vencer os donos da casa por 4 a 1, de virada. Assim, a Seleção Brasileira alcança os 30 pontos no torneio, e praticamente se garante no Mundial da Rússia, no ano que vem.
Nas últimas duas Eliminatórias, com o formato de 10 seleções, o quarto colocado terminou exatamente com 28 pontos — Paraguai em 2006 e Argentina em 2010. Só que, em 2002, o Paraguai precisou de 30 pontos para ficar no quarto lugar, mas o quinto teve 27 — ou seja, os mesmos 28 pontos seriam suficientes para garantir a vaga.
Agora, a vitória sobre o Uruguai é impressionante. Fazer quatro gols no segundo colocado das Eliminatórias, onde o adversário é muito forte, e calar um estádio inteiro não são feitos comuns. Paulinho, volante que é contestado por boa parte do torcedor brasileiro, fez três gols, e isso também é mostra de algo raro para o Brasil.
Logo no início, Marcelo fez bobeira ao recuar para Alison, que não teve escolha a não ser fazer o penal. Na cobrança, esperou o máximo possível e não conseguiu defender o chute de Cavani.
Foi, então, que Paulinho resolveu ser protagonista. Em bela jogada individual, no momento mais crítico da partida, o volante acertou o ângulo de fora da área.
Brasil era melhor que o Uruguai, mas os donos da casa levavam perigo no jogo aéreo. Nos combates de bolas alçadas à área, os uruguaios venceram todos contra o time de Tite na etapa inicial. Evidentemente pela estatura dos atletas, mas também pela grande qualidade de Carlos Sánchez nas cobranças de bola parada.
Após o empate, o técnico Oscar Tabárez conseguiu ajeitar o time e acertar a marcação pelo lado esquerdo; mas não teve forças na etapa complementar para segurar o brilhantismo de Paulinho e o poderio da Seleção.
Fazendo (com maestria) a função de elemento surpresa, Paulinho desempatou — impressiona a inteligência que ele tem para preencher espaços no meio de campo. Neymar ainda ampliou a vantagem humilhando o goleiro vascaíno Martín Silva.
Deu tempo também de Daniel Alves levar o segundo amarelo e ser suspenso do próximo jogo, contra o Paraguai, em Itaquera. Fágner será o titular, em casa.
Deu tempo de Paulinho fechar a conta.
E deu tempo do time de Tite concretizar a quebra de mais um recorde: foi a primeira vez que o Brasil alcançou sete vitórias seguidas em uma mesma edição das Eliminatórias. A melhor sequência até então era de 1969, com seis triunfos em sequência.
O Uruguai sentiu a falta de Suárez. O Brasil nem sentiu tanta falta de Jesus.