A notícia estava circulando informalmente desde os últimos dias da semana passada e nesta segunda-feira, na abertura do Salão de Genève, foi oficializada. A GM, após ter resistido durante muito tempo às repetidas investidas de Fiat e Renault, acabou não aguentando mais o contínuo deficit operacional de suas subsidiárias europeias, Opel e Vauxhall, e resolveu vende-las. Mas escolheu para isso o grupo que lhe pareceu menos perigoso, em termos de concorrência, e vendeu, não apenas Opel e Vauxhall, mas também suas atividades financeiras na Europa ao grupo PSA (que reúne, como se sabe, Citroën e Peugeot).
O anuncio oficial, dado conjuntamente por Carlos Tavares (pela PSA) e Mary Barra (pela GM), indica que os compradores vão desembolsar 1,3 bilhões de euro (cerca de 4,3 bilhões de reais) por Opel e Vauxhall. A mesma joint-venture adquiriu, junto com o banco Bnp Paribas, a filial financeira de GM Europa por 900 milhões de euro (cerca de 3 bilhões de reais), ficando PSA e Bnp Paribas com 50% cada um.
As primeiras medidas a serem tomadas pelo grupo PSA serão financiar cerca de 1.800 concessionárias em 11 países europeus, num gasto total de 9,6 bilhões de euro (cerca de 32 bilhões de reais). Além de oferecer uma gama completa de produtos financeiros. Isto para dar um alento aos concessionários, tendo como meta uma margem operacional de 2% até 2020 e 6% até 2026.
É importante lembrar que as subsidiárias europeias da GM estavam no vermelho ha anos, e o grupo norte-americano não aguentou mais. Como, aliás, confirmou indiretamente a responsável pela GM, Mary Barra, ao afirmar “toda a operação constitui outra grande etapa no percurso empreendido para melhorar nossa eficiência”.
Com essa compra, o grupo PSA se tornou o segundo maior construtor europeu, com uma cota de mercado de 17%, atrás apenas do líder VW. Mas fica a curiosidade de ver como Peugeot e Citroën farão para conviver com uma gama de produtos que são extremamente concorrentes entre si. Como, apenas para citar um exemplo, a briga de mercado que opõe na Europa Peugeot 208 e a nova Opel Corsa. Enfim, quem viver, verá…