Em março de 2013 a Renault apresentou, no Salão de Genève, o Captur, um crossover projetado pelo Technocentre Renault de Guyancourt mas produzido na fábrica espanhola de Valladolid, (inaugurada em 1964) e vendido, com grande sucesso, em toda a Europa.
Quase ao mesmo tempo, os responsáveis pela Renault começaram a pensar numa versão a ser fabricada no Brasil e vendida em toda a América Latina, versão essa que demorou um pouco mais do previsto, talvez pelos percalços por que está passando a economia brasileira, mas que agora foi finalmente apresentada à imprensa e logo colocada no mercado.
O Captur à moda brasileira é um Suv médio, de tamanho maior que o modelo europeu, medindo 432,9 cm contra os 412 cm do europeu e uma largura de 181,3 cm (contra 178 cm do original). E além disso, seu entre-eixos aumentou, dos 261 cm do europeu para 267,3 cm do brasileiro, o que incrementou o conforto oferecido a motorista e passageiros. Além de se prestar melhor a rodar em pisos irregulares pois sua altura mínima do solo é de nada menos que 21,2 cm (contra os apenas 17 cm do europeu). Em suma, este Captur se assemelha, quanto às dimensões, muito mais ao Renault Kadjar, o Suv feito tendo como base o Nissan Qashqai e apresentado no Salão de Genève de 2015, do que ao Captur europeu de quem herdou, porém, nome e design.
Quanto às motorizações também não existe nada em comum. Em lugar dos motores turbo de lá, um 3 cilindros de 0,9 litros e 90 cv e um 4 cilindros de 1.2 litros e 120 cv (existe também uma versão diesel 1.5), foram utilizados o novo 1.6 e o já conhecido 2.0.
Aquele equipa a versão de entrada, denominada Zen, é acoplado ao bom câmbio manual de 5 marchas, tem 120 cv (etanol) e 118 cv (gasolina) e, em breve, disporá também de um câmbio automático do tipo Cvt.
Seu preço é de R$78.990 reais, o que o coloca numa faixa bem acima da versão de entrada do Duster, que custa R$ 66.490 reais, e impede qualquer canibalização.
Já o modelo de tope, denominado Intense, utiliza um velho conhecido, o motor 2.0 de 148 cv (etanol) e 143 cv (gasolina), é acoplado a um veterano câmbio automático de 4 marchas e custa R$ 88.490 reais. Sabe-se que, a médio prazo, o motor 2.0 cederá seu lugar ao 1.6 turbo, cujo desenvolvimento está praticamente completado, e o câmbio deverá ser um CVT semelhante ao que será usado na versão de entrada (parece improvável, por questões de custo, a opção por um automático de 6 marchas).
Um item que é muito apreciado pelos clientes Renault é o media kit, bastante intuitivo, simples de usar e permite utilizar todas sua funções com a segurança necessária.
Na apresentação à imprensa, andamos com os dois modelos e nossa conclusão é que o modelo de entrada é o que apresenta a melhor relação custo/benefício, Ambos tem um acerto de suspensão (McPherson na frente e eixo de torção atrás) que permite enfrentar as tradicionais irregularidades de nossas ruas e estradas. O sistema de frenagem (discos na frente e tambores atrás) atua a contento e a direção é precisa e leve o quanto basta para o que os veículos se propõe, isto é sem qualquer pretensão esportiva. Seu diâmetro de giro (de 10,7 m) permite manobras em espaços não muito amplos sem causar qualquer problema.
O conforto oferecido aos ocupantes é bom, e o espaço para bagagens é de 437 litros, com carga útil de 449 kg e o tanque de combustível leva 50 litros. Num breve percurso urbano, com ar condicionado sempre ligado no máximo e trânsito muito pesado, fizemos, com o modelo de entrada utilizando etanol, 5,9 km/l, o que nos parece uma marca bem interessante. O modelo de tope, com o motor 2.0 e câmbio automático, certamente terá um consumo bem maior..