Lançado em maio de 2015 no Autoshow de Istambul, o Tipo, que, construido na Turquia repete o nome de seu predecessor do final dos anos 80 e pretende ser quase um “world-car”, vendido em cerca de 40 paises (Europa, América do Sul e leste europeu, principalmente), se prepara para chegar ao Brasil.
Fomos então à Italia para testá-lo, em duas de suas versões (hatch e sedan), já que a terceira, a station-wagon, não tem previsão de ser fabricada por estas bandas.
O Tipo tem a mesma plataforma (denominada Small-wide) utilizada aqui pelo Jeep Renegade e na Europa por duas versões de 4 portas da conhecida 500, a L e a X, o que, de antemão, indica sua versatilidade e possibilidade de ser construída em vários países.
Trata-se de um carro racional, que aqui vai ocupar a faixa de veículos médios da qual a Fiat está praticamente ausente neste momento e que enfrentará uma grande concorrência. Com efeito, neste setor, que podemos idealmente fixar entre 70 e 100 mil reais de preço, não apenas destaca-se o inconteste líder Toyota Corolla, mas figuram alguns rivais dotados de bom mercado, a começar pelo Honda Civic. Isto sem falar que, superando um pouco o “muro” dos 100 mil reais, temos uma faixa “premium” onde, por exemplo, destaca-se o Audi A3.
Assim a luta pelo mercado é muito acirrada, e o Tipo se apresenta para a disputa com um carro que faz da racionalidade sua arma melhor, com a funcionalidade superando a emoção, de acordo com uma definição que ouvimos em Torino e que nós parece bem pertinente.
A versão sedan é a que deve ter melhor mercado por aqui, já que acrescenta ao hatch um certo estilo que remete ao luxo e que poderá conquistar parte do público, sobretudo o mais sensível a determinados detalhes, como, por exemplo, o apoia-braços central no banco traseiro e a regulagem elétrica do apoio lombar.
Ambas as versões, na avaliação dinâmica, transmitem total segurança ao motorista pela boa estabilidade (naturalmente não se trata de um carro com vocação esportiva), saindo de frente no limite mas de forma facilmente e intuitivamente corrigível, sendo suficiente tirar um pouco o pé do acelerado,.enquanto a traseira fica absolutamente firme em sua trajetória original.
Esta sensação de segurança é completada pelo bom sistema de freios, que mesmo repetidamente utilizados nunca apresentaram qualquer sinal de fatiga , e o câmbio mecânico de 6 marchas, com engates normais e correta escolha das relações de marcha, que permite obter bons resultados de consumo tanto em uso urbano como rodoviário. A direção tem uma acertada relação de desmultiplicação e uma assistência elétrica que torna o volante leve e dá ao carro uma invejável agilidade. Na cidade, por fim, a tecla “City” torna fácil qualquer manobra pela leveza que confere ao Tipo.
O acabamento é o que se poderia esperar deste tipo de veículo, com alguns interessantes detalhes, como a lateral dos cintos de segurança revestidos de tecido, de forma a evitar uma eventual fonte de ruído
Cabe agora ver como a Fiat vai posicionar no mercado, quanto a preço, as várias versões do Tipo e sentir qual será a reação do público, juiz final e quase sempre inapelável..