A entrevista à imprensa de Felipe Melo, contratado recentemente pelo Palmeiras junto à Inter de Milano, provocou uma interessante – e facilmente previsível – polêmica. Seu jeito de dizer as coisas, sem subterfúgios, contrasta frontalmente com o “politicamente correto” que tomou conta do discurso de muitos jogadores. E que, em minha opinião, torna suas entrevistas tão ou até mais chatas que discurso de político em véspera de eleição.
Sua comparação entre o espírito corporativo dos meios de informação e a absoluta desunião dos jogadores, mesmo quando um colega é diretamente atingido por ilações descabidas e maldosas, dignas de processo, foi clara e objetiva. E, como consequência, mexeu com muita gente, tanto que nos comentários que vimos e ouvimos desde ontem a divisão de opiniões é marcante.
Aí se junta, como é óbvio, a paixão clubística para acirrar as polêmicas e isso faz com que as definições das qualidades de Felipe Melo como jogador e mesmo como pessoa (o que, em minha opinião, não tem muito a ver com o futebol) sejam as mais diversas possíveis.
Entende-se que o jogador, agora com 33 anos (completará 34 em junho) sempre teve um estilo de jogo duro, de marcação eficiente, como se pretende num esporte de contato e da posição por ele ocupada em campo. Poder-se-ia até dizer, em tom de blague, que para evitar o contato existem muitos outros esporte, como, por exemplo, tênis e voleibol. E que o futebol surgiu na Inglaterra, para ser jogado no frio, sem muitas cerimonias.
De qualquer forma, levando-se em consideração as muitas competições que o Palmeiras disputará neste ano, a começar pela Libertadores, entendo que Felipe Mello será extremamente útil ao atual campeão brasileiro. Garra, para isso, certamente não lhe vai faltar e poderá até se tornar um bom mestre para muitos garotos em começo de carreira.