Tradicionalmente o técnico é o direto responsável pelo desempenho da equipe que dirige. Então, se o time for vitorioso, ele será admirado e respeitado, se o time for mal o caminho da rua, antes ou depois, é o mais provável.
Todos sabem disso, mas às vezes me deparo com análises em que se afirma que este fenomeno é próprio do Brasil e, eventualmente, de outros países de nosso continente. Enquanto na Europa, a profissão de técnico seria mais tranquila e duradoura.
A este respeito, os exemplos são quase sempre os mesmos. Alex Ferguson, que amargou seus primeiros 5 anos de trabalho no Manchester United sem ganhar um título sequer, antes de encetar uma trajetória vitoriosa que o tornou uma figura ímpar na historia do clube. Ou então o francês Arsène Wenger, que está a décadas no Arsenal, embora sue carnê de sucessos não seja muito grande.
Esses dois exemplos constituem, na verdade, as exceções que confirmam a regra geral. A permanência de um técnico num clube europeu está condicionada, exatamente como ocorre aqui, a seu sucesso.
Poderia lembrar um clube famoso, como a Inter de Milão, que tem trocado seus técnicos com uma freqüência impressionante. Ou um clube mais modesto, como o Palermo, cujo presidente Zamparini troca os técnicos como se troca de roupa. E não raro chama de volta aquele que mandou embora dois meses antes, com uma cara de pau realmente ímpar. Tanto que na última década foram mais de 20 os técnicos que passaram pelo comando do Palermo.
Assim, vamos convir, uma vez por todas, que o país onde ser técnico constituí uma profissão tranquila e sossegada, simplesmente não existe.