Quatro anos atrás a Renault apresentou, na Europa, a quarta edição do tradicional Clio. E logo no primeiro teste, verificamos as grandes diferenças existentes em relação à terceira série, ainda hoje aqui produzida. Mas esperamos para falar disso, aguardando um eventual lançamento também aqui.
Os anos foram passando, e como hoje sabe-se que essa quarta edição não vai ser produzida aqui, ao mesmo tempo em que na Europa passou por uma leve – e feliz, em minha opinião – re-estilização, entendemos ser interessante por nossos leitores a par da novidade. Sobretudo para ter ciência de que, ao adquirir aqui o Clio, estarão levando um carro, certamente ainda válido, mas bem ultrapassado.
Voltemos então 4 anos atrás. No design, a Renault quis fazer algo novo no Clio : apresentado apenas na versão 5 portas, ganhou cerca de 4 cm no comprimento, ficou 4 cm mais baixo, as bitolas foram alargadas e foi mantido o grande entre-eixos de 2,59 metros. Além de ganhar um porta-mas bem maior, de 305 litros. Tudo isto sublinhado por uma traseira bem reduzida que, somada às laterais “musculosas” e às maçanetas das portas traseiras “escondidas” na altura do vidro, dá a impressão de estarmos vendo um coupê. E todos os detalhes foram destacados: os grandes grupos óticos, o maxi-logotipo cromado na frente, a parte inferior das portas. Em suma, a impressão, em relação ao modelo ainda aqui produzido, foi de um outro carro, maior e mais “agressivo”. Foi, aliás, o carro com que andamos na Itália, ainda modelo 2015.
Neste ano de 2016, a re-estilização foi “suave”: desapareceram as luzes diurnas da frente, que foram incluídas nos grupos óticos. Abaixo foi aumentada a tomada de ar, com luzes de neblina redesenhadas (não são mais redondas). Internamente o volante é mais ergonômico e é revestido em couro, a alavanca de câmbio foi modificada e as saídas centrais do ar condicionado tem uma moldura cromada e, no meio, uma rodela para regular (ou mesmo fechar totalmente) o fluxo de ar.
Pelo resto, a proposta do Clio quarta edição continua a mesma: um carro pequeno, bem acabado, confortável, com um claro apelo para os jovens. Um apelo feito de tons vivazes, com uma cor bem definida na parte superior do painel contrastando com um preto brilhante e partes cromadas no resto. E o sistema de infotainment com uma tecla que permite zoom como num tablet, um display que pode ser personalizado e funções (como o GPS Tom Tom) que permitem receber informações sobre o tráfego e avisos de segurança. Além de rádio digital, com reconhecimento da voz e o streaming de foto e vídeos do próprio smartphone, naturalmente com o carro parado.
Quanto à motorização esta quarta série do Clio oferece, a gasolina (existe também uma interessante opção diesel 1.5 de 90 cv), um motor 3 cilindros turbo, de 898 cm³ e um motor 4 cilindros turbo, de 1.197 cm³ com 120 cv.
A isso se soma uma conduta agradável mesmo em pisos não totalmente regulares (nada a ver, contudo, com o que temos aqui), uma boa estabilidade, um sistema de freios eficiente e um consumo reduzido. Com o nosso Clio, com motor 0.9 3 cilindros turbo que fornece 100 cv a 6.000 rpm, em cidade, fizemos sempre mais de 15 km/l e em estradas urbanas cerca de 18 km/l, enquanto em auto-estrada, quando se viaja pouco acima dos 130 km/l legalmente permitidos, o consumo sobe bastante, ficando em cerca de 12 km/l.
Em minha opinião, foi uma pena não termos tido aqui este carro…
Clio brasileiro x Clio europeu
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