Principal protagonista da arbitragem no Mundial de Clubes, o árbitro de vídeo já gerou muita polêmica em apenas dois jogos. Contudo, a meu ver, todas as confusões não se deram apenas em razão do recurso, mas em função das orientações recebidas pela equipe de juízes.
O sistema que fica ao lado do campo é monitorado por um árbitro. A função deste é alertar o principal juiz da partida de algo que ele não tenha visto. O problema é que entre tantos alertas, haverá muitas confusões, pois todos os árbitros principais estão sujeitos às orientações do monitor do vídeo.
Há que acredite que o recurso possa ser utilizado como é no vôlei — cada time tem duas chances de pedir o “desafio”, e se acertar não perde nada, mas se errar perde um desafio.
Eu defendo a ideia de que seja utilizado com inteligência e segurança — o que não acontecerá tão cedo. Se o árbitro tiver dúvidas de algum lance, ele recorre ao vídeo. O juiz que monitora o sistema também pode alertar o árbitro, especialmente em lances escandalosos que passam despercebidos. Mas qual árbitro baterá no peito para assumir que errou ou para apresentar qualquer indício de segurança no jogo?
Outro problema é que o recurso foi testado em um torneio muito grande. Para mim, o ideal seria alguma competição sub-17 ou sub-20 (no máximo). Assim, as polêmicas não ganhariam tantas proporções.
E, por fim, um problema ainda maior está por vir. A CBF disse estar pronta para receber o recurso no país e começar a utilizá-lo no segundo semestre de 2017 durante o Campeonato Brasileiro. Já imagino como seria em um Corinthians x Palmeiras ou em um Fla x Flu o uso do sistema. Se vão ter 500 jogadores cercando o juiz, querendo ver a telinha e reclamando? Eu não tenho dúvidas de que sim.