O GP do Brasil oferece a Rosberg, matematicamente, a primeira chance de sagrar-se campeão, sem depender do resultado a ser alcançado por seu companheiro de equipe e rival Hamilton. Com efeito, um triunfo de Rosberg em Interlagos poria a palavra fim na luta pelo mundial e tornaria o derradeiro GP, lá em Abu Dhabi, apenas a festa de encerramento do campeonato.
Em minha opinião, porém, isto não vai acontecer (a não ser que Hamilton tenha problemas mecânicos em seu carro), pois Rosberg parece ter encarnado o cuidado demonstrado no passado por Prost em condições semelhantes. Isto é, busca correr sem participar de situações potencialmente perigosas, bem sabendo que um 2º e um 3º lugares lhe darão o tão esperado título, independentemente da colocação que Hamilton tiver alcançado. Para os mais velhos, vale lembrar o exemplo de Lauda, campeão mundial frente a Prost, em 1984, com apenas 0,5 ponto de vantagem !
Assim, o desenho do que espero para este GP, que marcará a derradeira apresentação na F1 de Felipe Massa perante seu público, é um Hamilton decidido a correr todos os riscos, desde o treino de classificação no sábado, para alcançar a vitória. Coisa que, em Interlagos, jamais conseguiu.
Entre os perseguidores das duas Mercedes deve aparecer, uma vez mais, a dupla da Red Bull, destacadamente a segunda força deste campeonato. E para a Ferrari, numa temporada bem decepcionante, fica a posição de terceira força, com possibilidade de subir ao pódio só se algo de anormal acontecer aos que estão à sua frente.
Pelo resto, poderemos ter complicações com eventual chuva (uma possibilidade sempre presente em Interlagos) e batidas. Mas isto, logicamente, fica para o reinado do imprevisível.
Quanto aos pneus, em cada equipe os dois pilotos fizeram a mesma escolha, a única exceção sendo a Ferrari onde Vettel e Raikkonen fizeram opções diferentes, o que pode indicar a escolha de táticas diversas. Veja a seguir as escolhas de cada piloto :
