Há exatos nove dias, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, garantia Ricardo Gomes no comando do São Paulo na próxima temporada. Pois bem, hoje Marco Aurélio Cunha anunciou a demissão do treinador, que agora será substituído por Pintado, até o clube contratar outro profissional.
A preferência da maioria da cúpula é Rogério Ceni, que enquanto esteve se preparando na Europa, afirmou que desejaria treinar o clube do Morumbi. Evidentemente, a parcela que é contra a contratação do ídolo acredita que ainda é muito cedo para que ele assuma o comando, pois ainda não confiam que o ex-jogador já esteja preparado.
Diante disso, a demissão de Ricardo Gomes é fundamentada em uma série de aspectos, que dentre eles um se destaca bastante: a eleição presidencial do clube, que está marcada para abril, e Leco será candidato a permanecer até 2020.
Ricardo Gomes tinha bom relacionamento com todos dentro do clube, mas seu desempenho não agradava a diretoria nem a torcida, que também tem preferência por Ceni. Assim, fazendo a vontade dos diretores e consequentemente, dos torcedores, Leco ganha mais apoio. Se trouxer ídolo, certamente será reeleito.
Em suma, vejo Ricardo Gomes como vítima de toda essa história. Contratado em agosto para assumir o posto de Bauza, Gomes tinha à sua disposição um elenco fraco, sendo que ao longo da temporada, as possibilidades de traçar um bom planejamento não tão grandes. Ou seja, ele deveria fazer milagre e dar ao São Paulo um caráter competitivo. Para mim, o cenário do clube resume seu rendimento no Brasileiro: 18 partidas, seis vitórias, cinco empates e sete derrotas. A duas rodadas para o fim do nacional, o time não almeja mais nada.
O mau momento do São Paulo tem, sim, a influência de Ricardo Gomes, mas não é só dele. Contudo, toda situação delicada precisa de um alvo no futebol brasileiro.