Quando, em setembro, sentei na Fiat 124 Spider, logo minha memória voltou meio século atrás. Parecia o mesmo carro que, na década de 60, tinha dirigido na Italia. Ao menos no aspecto de estilo, a traseira curta, o capô longo, apenas dois lugares, uma capota de tela acionada manualmente e, no todo, a impressão de um agradável carro esportivo.
Mas este 124 Spider que dirigi na Suíça é, mecanicamente, muito diferente, sendo que o antecessor é apenas uma lembrança que foi totalmente modernizada sem porém perder seu fascínio vagamente retrô.
Dirigindo-a percebe-se logo que o motor agora é bem mais potente, em lugar dos 90 cv do 1.438 cm³ de duplo comando e carburador Weber temos o moderno 1.368 cm³ turbo de 140 cv. O câmbio, que era um 5 marchas (opcional, de série tinha 4), agora tem 6 marchas.
A suspensão é totalmente diferente, pois o eixo rígido de então cedeu lugar a um sofisticado multilink de 5 braços e na frente temos duplos quadriláteros. E a direção hidráulica é acionada eletricamente.
Dirigindo-a nas estradas suíças cheias de curvas (deixamos de lado, propositalmente, a auto-estrada) percebe-se um carro que se encontra bem à vontade, rápido na entrada da curva, perfeito na manutenção da trajetória e com uma traseira que faz exatamente o que o motorista deseja. Se exagerar e souber o que está fazendo, ele vai sair um pouco de traseira, de forma macia e progressiva, sem causar qualquer susto mas permitindo, pelo contrário, uma boa diversão.
De qualquer forma não é um carro para passar do limite, isto poderá ser feito com a versão Abarth deste mesmo 124 Spider. Este 124 Spider serve para passear, viajar e sentir toda a emoção que só um conversível 2 lugares, estilo antigo, pode fornecer.
Antes que me esqueça, uma nota de louvor para o câmbio mecânico de 6 marchas. Engates precisos e bem definidos fazem esquecer qualquer automático, por melhor que seja.