fotos: Claudia Carsughi
Ao lançar, em 2007, a 500, a Fiat pensou num carro de nicho, próprio para quem deseja um modelo pequeno mas diferente da multidão, muitas vezes anônima, de carros pequenos e baratos.
A primeira diferenciação foi logo vista no preço. A 500 não se apresentou como um carro barato, quem olhava com extremo cuidado para o preço tinha à disposição a tradicional Panda, equipada com o mesmo motor 1.2 da 500. Esta queria ser o carro pequeno “diferente”, na moda, e foi um tremendo sucesso, no mundo todo. A ponto de constituir a base de uma verdadeira família que hoje compreende vários outros modelos, desde a versão cabrio até a quatro portas 500L, a station 500L Living e a “cross” 500X.
Vários anos atrás andamos na Itália com a 500 básica, e tivemos a melhor das impressões: seu motor 1.2 de 69 cv atende perfeitamente às necessidades, sua curva de torque é bem interessante, o câmbio de 5 marchas tem engates fáceis e precisos e, o que deve ser destacado, sua economia de gasolina é marcante.
No ano passado, a 500 sofreu uma reestilização e foram introduzidas algumas interessantes novidades, pelo que entendemos ser interessante testá-la novamente, desta feita por um período maior e em todo tipo de estrada. Assim andamos por Itália e Suíça durante mais de 3 semanas com a versão atual da 500 e concluímos que, mantendo suas características básicas, a FCA conseguiu somar-lhe coisas bem interessantes.
A primeira grande diferença se observa na parte externa, onde tanto a frente como a traseira foram trabalhadas para dar-lhe um ar de sofisticação que parece colocá-la num patamar superior à anterior. As fotos, neste sentido, não são tão elucidadoras como a visão direta, especialmente quando colocada lado a lado (na Itália isto é imediato) com a versão anterior.
No interior os assentos foram retrabalhados e agora os dianteiros seguram muito bem o corpo em qualquer tipo de curva, a visibilidade continua sendo boa e a estabilidade, graças à suspensão firme, é muito boa. Sem, para isso, prejudicar o conforto, pois o piso liso, que é uma constante, permite uma regulagem que seria impraticável em São Paulo. Apenas para se ter uma ideia, em mais de 3.000 km entre Itália e Suíça, não encontramos um só buraco!
No interior foi modificado em parte o painel, para colocar o sistema Uconnect 5 com tela touch screen de 5 polegadas que engloba rádio, ligação Bluetooth e as tomadas Usb e jack. Na sua versão mais cara (são 500 euro) permite realizar a interface com a rede usando o próprio smartphone, descarregando a app Uconnect Live e tendo assim uma série de serviços operando diretamente na tela. Facebook e Twitter são imediatamente alcançados, bem como Tunein rádio e Deezer internet music. Para o GPS, tem o Tom Tom 2.50 integrado no sistema e de ótimo desempenho. Na minha opinião, um opcional que justifica seu preço.
Falando em custo, vale lembrar a grande economia de combustível que o motor 1.2 proporciona mesmo para os que, como nós, não gostam do sistema “stop-and-go” e usam o ar condicionado constantemente ligado. Em estrada, observando os limites legais de velocidade (coisa que na Itália quase ninguém faz), fizemos no percurso Arezzo – Milano 19,6 km/litro.
Uma derradeira observação. Usando a 500 apenas com duas pessoas, pode-se baixar o encosto do banco traseiro e aumentar assim a capacidade do porta-malas de 185 para nada menos que 530 litros, sem, com isso, interferir no campo visual traseiro. Uma vantagem que, com várias malas grandes, tivemos oportunidade de desfrutar totalmente.