Era 21 de julho de 1970. Estádio Azteca, na Cidade do México, lotado por mais de 107 mil torcedores. O cronômetro chegava à marca dos 41 minutos do segundo tempo. O Brasil batia a Itália por 3 a 1 e ficava cada vez mais próximo do tricampeonato mundial.
Clodoaldo recebe a bola na intermediária defensiva. Dribla um, dribla dois, três, quatro. Já era festa, já era mágico. De Clodoaldo para Rivelino. De Rivelino para Jair, na ponta-esquerda. Ele corta para o meio e encontra Pelé. O Rei está livre. Andando, ele domina com o pé direito, ajeita com o esquerdo e apenas toca em profundidade para Carlos Alberto Torres mandar um balaço de primeira no canto direito do goleiro. Foi, então, que o brasileiro soltou o grito de tricampeão que estava entalado na garganta.
Infelizmente, não tive o prazer de ter visto o gol ao vivo ou ter ouvido a narração do tri pelo rádio; mas se o feito de Carlos Alberto é marcante até para quem nasceu 26 anos depois, é porque seu registro no esporte é mais do que especial.
O gol do Eterno Capita ilustra perfeitamente algo que na época não era tão comum como é hoje: o lateral apoiar o ataque. Carlos Alberto era uma exceção. Nessa que é considerada a melhor Seleção de todos os tempos, ele parecia que jogava como um segundo ponta-direita.
A função que Carlos Alberto Torres tinha pode até ser vista como básica nos dias de hoje. No entanto, a disciplina tática que o camisa 4 tinha, mesclada à técnica, à força física e à liderança são grandes diferenciais que atualmente definem um jogador de qualidade.
O futebol não diz adeus a Carlos Alberto Torres, pois ele sempre esteve e continuará marcado na história. O dia 25 de outubro de 2016 foi um dia a lembrar de todos os feitos e contribuições que o Capita proporcionou.
O futebol, portanto, agradece.