Quando as estatísticas mostravam que seria difícil para Marc Marquez festejar neste domingo o título mundial, já que para isso seriam necessárias várias coincidências, o imprevisto aconteceu. No GP do Japão, em Motegi, seus dois diretos rivais, Rossi e Lorenzo, caíram, um na 7ª volta e outro na 19ª, permitindo a Marquez festejar antecipadamente (faltam ainda 3 GPs à conclusão do campeonato) seu quinto título mundial.
É uma história, a do jovem piloto espanhol (tem apenas 23 anos e um futuro excepcional pela frente), que começou com o título mundial da 15 em 2010, continuou com o da Moto2 em 2012 e se enriqueceu de três títulos da categoria máxima em 2013, 2014 e agora 2016.
Os números de sua carreira são eloquentes : em 147 GPs ele conseguiu nada menos que 55 vitórias (42%) e teve ainda 52% de poles e 72,4% de pódios. Isso com uma moto, a Honda, que frequentemente mostrou dificuldades para ser pilotada no limite mas que Marquez, que amadureceu enormemente nos últimos tempos, soube sempre controlar. Quando a moto lhe permitia, tentava vencer, quando isto era impossível buscava marcar pontos. Uma “formiguinha” que soube amealhar o bastante para colocar-se definitivamente entre os grandes pilotos de todos os tempos.
Do outro lado, tanto Rossi como Lorenzo não conseguiram acompanha-lo e não é um acaso que ambos, em 4 GPs, não tenham marcado pontos. Em um (Rossi, no Mugello) traido pelo motor que explodiu (o de Lorenzo tinha tido o mesmo destino nos treinos), nos outros em virtude de quedas.
O que se tira deste campeonato é que a vitoriosa carreira de Valentino Rossi está chegando a seu fim (o que é amplamente explicado pela idade) enquanto a de Lorenzo chegou a uma bifurcação. Ano que vem ele será o piloto número 1 da Ducati, que neste domingo no Japão conseguiu o segundo lugar com Dovizioso, e deverá demonstrar se poderá ser o grande adversário de Marquez ou se deverá contentar-se com o papel de desafiante.