Algum tempo atrás, a Fiat Chrysler Automobiles entendeu ser necessário lançar um novo modelo do tradicional Jeep. Deveria ser um modelo global, isto é que pudesse ser vendido na Europa e em muitos outros paises. Assim cabia harmonizar o estilo norte-americano com o que preferem os outros países sem porém, com isso, descaracterizar este veículo tão tradicional, já que surgiu, como uma necessidade militar, na década de 40.
O resultado é o Jeep Compass, que da tradição norte-americana conserva, entre outros detalhes, a grade com os sete elementos de formato retangular. E alia a isso um design que agrada bastante a europeus e, no caso, brasileiros, já que ele já foi apresentado aqui na versão com motor diesel (como será vendido na Europa), além de uma versão exclusiva para o mercado brasileiro, com motor flex.
Foi este último com o qual andamos do Guarujá até a Riviera de São Lourenço, numa primeira tomada de contato com o veículo que se prepara a brigar, nesta categoria de SUV, com muitos adversários de porte.
A primeira impressão é que Jeep Compass tem todas as armas necessárias para enfrentar seus adversários. Com efeito, o modelo de entrada do Compass, denominado Sport, custa 99.990 mil reais (o top, indicada como Limited, vai a 124.990 mil), ficando bem perto deste modelo de entrada um intermediário, de nome Longitude, que, a 106.990 reais, deverá ser o mais vendido da gama. Existe ainda, equipado com o motor turbodiesel 2.0 e câmbio automático de 9 marchas, a versão Trailwk que se diferencia, entre outras coisas, por dispor da tração 4×4. Com estes preços e a quantidade de equipamentos de que dispõe, tudo indica que a briga de mercado será bem interessante.
Rodando com o Compass percebe-se um motor 2.0 bem afinado, com seus 166 cv a 6.200 rpm e, sobretudo, um torque de 20,5 kgfm a 4.000 rpm mas que, já a 2.000 rpm, apresenta 86% deste máximo. O resultado disso, para o motorista menos atento às questões técnicas, é a agradável sensação de que, ao pisar no acelerador, o motor responde prontamente e com sobras. Isso é reforçado pelos excelentes e suaves engates do câmbio automático de 6 marchas, o que torna dirigir o Compass muito gratificante. A suspensão é um acertado meio-termo entre estabilidade e o conforto exigido num carro deste tipo e a freagem impecável.
No que diz respeito às suas performances, a FCA anuncia 192 km/h de velocidade máxima e aceleração 0-100 em 10″6, marcas que, pelas restrições existentes nas rodovias brasileiras, não pudemos verificar. Mas quanto ao consumo rodoviário, em nosso percurso obtivemos a marca de 12 km/l, andando sempre com o ar condicionado ligado. E isto sem tomar nenhum maior cuidado para economizar combustível.
Para os que se interessam pela parte técnica, vale dizer que este motor tem uma vida útil de pelo menos 240 mil quilômetros, que em sua construção as folgas entre os vários componentes são bem menores do que as normais (são menos que a metade, de uma forma geral) e que todo um cuidadoso trabalho de adequação torna segura sua utilização também com etanol.