Seria, talvez, covardia de minha parte comparar a Seleção de Tite com a Seleção de Dunga, apesar de as duas contarem com os mesmos jogadores em sua grande maioria. Fato é que Tite conseguiu cumprir seu primeiro — e gigantesco — desafio à frente do Brasil. Levou o país ao primeiro lugar dos pontos corridos das Eliminatórias da América do Sul, e com bom futebol.
Quatro jogos, quatro vitórias, 12 gols marcados e apenas um sofrido. Tite fez em quatro partidas o que Dunga esteve muito aquém de ter feito em seis confrontos. E o sucesso do novo treinador não se dá apenas por ter atribuído um caráter mais inteligente ao time — taticamente falando —, mas por suas apostas certeiras.
Gabriel Jesus, para mim, foi uma das maiores surpresas. Não que eu questionasse o seu potencial — muito pelo contrário — mas pelos resultados apresentados até aqui. O palmeirense fez quatro gols e deu uma assistência. Quando Neymar se ausentou, o garoto de 19 anos assumiu o protagonismo do time.
Taticamente, a função de Jesus era uma das mais interessantes. Na parte ofensiva, atuava como referência no ataque, mas fora da área e com muita liberdade para se movimentar. Na defensiva, tinha participação na marcação pelos lados, especialmente o esquerdo. Às vezes, ficava até mais recuado que o lateral.
Diante da Venezuela, o Brasil fez o seu dever. Venceu com tranquilidade, não foi exuberante, mas fez o bastante para aproveitar o empate do Uruguai frente à Colômbia para ficar no topo da tabela.