Em Natal, o Brasil simplesmente massacrou a Bolívia, e não digo isso vendo apenas pelo restrito ângulo do placar final de 5 a 0, mas pelo desempenho brasileiro em toda a partida. Em posse de bola, a equipe de Tite dominou o jogo inteiro com 67%. Em finalizações, foram 18 dos mandantes contra três dos visitantes. Nos desarmes, 14 a 13 para a Seleção Brasileira, isso tudo sem contar que o time verde-amarelo acertou mais de 600 passes.
O Brasil de Tite era mais do que soberano sobre o frágil adversário. O treinador realizou quatro alterações para a partida: entraram Filipe Luís, Fernandinho, Giuliano e Coutinho nas vagas de Marcelo, Casemiro, Paulinho e Willian. Assim, a Seleção ficou mais dinâmica e intensa, especialmente pelos lados.
Além disso, o fato de o Brasil ter acertado tantos passes se dá pelo trio de meio de campo Fernandinho, Giuliano e Renato Augusto. O time tinha mais qualidade na saída de bola. Quando Renato Augusto avançava, Giuliano ficava, e vice-versa.
Com o trio do meio se dastacando, o tridente ofensivo tinha mais liberdade. Neymar, que apesar de ter recebido mais um cartão amarelo e se tornado desfalque para o duelo seguinte, talvez tenha feito a melhor apresentação da sua carreira na Seleção Brasileira. Ademais, maior parte das jogadas perigosas criadas pelo Brasil começavam pelas laterais e tinham direção ao centro do campo, bem ao estilo Neymar.
Assisti a um Brasil mais leve, inteligente taticamente e agressivo. E outro ponto que me chamou muito a atenção: eu nunca havia visto um estádio inteiro ovacionando um treinador da Seleção — já vi muitos xingamentos, críticas e pedidos para a saída do indivíduo. Fato que demonstra que Tite, em tão pouco tempo, já teve um gigantesco avanço neste processo de recontrução de imagem do futebol da Seleção.