O futebol brasileiro se encontra frente a uma situação inesperada antes do inicio dos Jogos Olímpicos. A equipe feminina chegou a seu último jogo da fase de grupos já classificada (e possibilitou ao técnico Vadão escalar um time quase todo reserva frente à África do Sul). Já a equipe masculina, de quem se aguardava um ataque arrasador ao lado, eventualmente, de alguma incerteza defensiva sobretudo a partir da falta do carisma de Fernando Prass, chega hoje ao último jogo de seu grupo numa situação quase desesperadora. Jogando em Salvador, onde o Brasil jamais foi derrotado, tem que vencer a Dinamarca, atual líder do grupo, para ter certeza da classificação à fase de quartas de final. Pois até mesmo um empate pode leva-lo à eliminação, se houver um vencedor no jogo Iraque x África do Sul ou uma igualdade com muitos gols. Isso para não falar do que seria um vexame mundial, com uma derrota que o alijaria de um torneio (este dos Jogos Olímpicos) ao qual se apresentou com as honras de favorito.
A ida às pressas de Tite até Salvador, para dar um apoio moral do time, parece-me muito com o padre que chega à UTI onde está o paciente desenganado para ministrar-lhe a extrema unção. Estou torcendo para estar redondamente enganado, pois os brasileiros apaixonados pelo futebol não merecem passar por isso, mas a principal lembrança que hoje me vem à mente é uma manchete, se não me engano do “Diario de São Paulo” no dia do jogo decisivo da fase de grupos da Copa de 1966, na Inglaterra, em que se apelava “Pelé jogai por nós !”.
Só que aquele era o maior jogador de futebol de todos os tempos (e assim mesmo não bastou) enquanto falar agora isso de Neymar beira a heresia.
Marta ou Neymar ?
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