Está bem longe da normalidade uma equipe como a do São Paulo perder, em casa, para um time da terceira divisão nacional, ainda mais terminando a partida com um homem a mais em campo. Além disso, um pênalti mal marcado pelo árbitro não pode acobertar, tampouco justificar, a péssima atuação tricolor no Morumbi.
Em tese, deveria ter sido um duelo tranquilo, em que Ricardo Gomes pudesse realizar experimentos durante a partida. Na prática foi exatamente o oposto, e por isso, méritos totais ao Juventude cuja proposta de jogo deu mais do que certo.
Apesar de ter criado mais chances — que não foram muitas — e visto o adversário acuado à espera de uma oportunidade para encaixar um contra-ataque, o São Paulo ficou nervoso o jogo inteiro. Não esperava que o adversário inaugurasse o placar logo aos nove minutos da etapa inicial, e por isso o desespero foi um dos maiores inimigos dessa noite.
Para mim, o São Paulo sofreu duas derrotas em uma partida. Perdeu primeiramente para si próprio, e depois, para o Juventude. Ademais, tudo isso demonstra que o desafio que Ricardo Gomes terá à frente do São Paulo é maior do que todos imaginavam. As falhas de posicionamento da defesa somadas à imprecisão dos homens de frente na hora de finalizar são preocupantes.
Acredito que as vaias dos torcedores ao fim da partida resumem bem a obra.
Agora, na partida de volta, dia 21 de setembro, em Caxias do Sul-RS, o São Paulo precisa vencer por dois gols de diferença para avançar às quartas de final, situação que poderia ser muito bem evitada pelo Tricolor.