O São Paulo não conseguiu fazer milagres na Colômbia, e assim aconteceu o que era de se esperar.
De fato, não conseguiu porque não tinha Ganso, Maicon e Kelvin; porque não contou com a arbitragem numa boa noite; e porque possui um nível bem inferior comparado ao do Atlético Nacional, que para mim, é isoladamente o melhor time do torneio.
Até antes do duelo de ida, no Morumbi, Bauza já previa que a atual equipe estava em piores condições quando comparada à que passou pelo Atlético-MG nas quartas de final. A pausa de 45 dias fez mal.
Com o time que tem, o São Paulo até que foi longe no torneio. Poderia ter chegado à final, e se tivesse acontecido dessa forma, seria o maior candidato ao título, independentemente do resultado de Boca Juniors x Independiente del Vale. Mas erros não seriam permitidos. Era preciso jogar com inteligência. Não foi dessa forma, e o leve favoritismo que o Atlético Nacional tinha para avançar de fase foi confirmado.
Assim como na partida de ida, o São Paulo foi completamente dominado pelo time colombiano. Não conseguiu lidar com a velocidade do Atlético Nacional, que criou as melhores chances do jogo e só não venceu por placar mais amplo por falta de pontaria.
O juiz deveria marcado um penal para os são-paulinos no fim da primeira etapa, quando placar estava igualado em 1 a 1. Algo que poderia mudar completamente o cenário da partida. Mandou seguir e errou feio.
Na etapa complementar, o árbitro marcou uma penalidade, dessa vez para o time de Medellín — acertou. O atacante Borja marcou o seu quarto gol contra a equipe tricolor (dois no Morumbi e agora outros dois na Colômbia). E assim, mais uma vez, o São Paulo se desestabilizou por completo, o que resultou nas expulsões de Lugano e Wesley e acabou com qualquer possibilidade de reação.
A arbitragem ficou atrapalhada, sem saber o que estava fazendo em meio à confusão. Contudo, a interferência do juiz não diminui o merecimento da classificação do Atlético Nacional, uma equipe que simplesmente foi melhor que o São Paulo nos dois jogos e tem tudo para buscar o título da Libertadores.
O time colombiano realizou a melhor campanha da fase de grupos, contando com jogadores jovens e de grande qualidade técnica. Marlos Moreno, de apenas 19 anos, por exemplo, é um dos maiores destaques nesta competição, e deve ter a venda ao Manchester City confirmada ao fim da Libertadores.
Agora, o Atlético Nacional buscará seu segundo título da competição continental — o primeiro foi em 1989.
Hora do adeus
Com a eliminação, Calleri está se despedindo do São Paulo. Quando o argentino chegou ao Morumbi, já havia assinando contrato de empréstimo com validade até 30 de junho, porém com a opção de renovação até a final da Copa Libertadores da América, caso sua equipe avançasse.
Já em caso de título continental, Calleri gostaria de disputar o Mundial pelo São Paulo, algo que poderia pesar numa discussão com o Maldonado-URU, clube que é dono dos direitos do argentino. A permanência poderia se dar apenas por meio de uma renovação contratual — não vai mais acontecer.
Quem também pode estar dizendo adeus é Rodrigo Caio. Seu nome é notícia na Itália, onde é bastante especulado na Lazio. A diretoria do São Paulo não confirma. Há um ano, ele quase foi para o Atlético de Madri por R$ 53 milhões.
Durante a semana, o presidente Leco confirmou a saída de Ganso para o Sevilla, em cumprimento à vontade do atleta. Pequenos detalhes burocráticos ainda separam o jogador do clube espanhol.
Pois bem, a eliminação na Libertadores pode dar início a um desmanche no elenco.