A primeira partida da semifinal da Libertadores entre São Paulo e Atlético Nacional nos proporcionou um aspecto interessante a ser destacado: a importância de Maicon para a equipe.
Se o São Paulo não estivesse na competição, o zagueiro, certamente, já teria retornado ao Porto. No entanto, pela sede de voltar a conquistar um título de expressão, a diretoria são-paulina cometeu a loucura de comprar Maicon, mesmo não podendo pagar tudo agora — quitação de todas as prestações será daqui a três anos —, porque ele realmente é um jogador muito importante para a equipe.
Afinal, foi Maicon que terminou como goleiro diante do The Strongest, depois que Denis foi expulso, e fez, nas quartas de final, o gol da classificação para a semifinal, sobre o Atlético-MG. Hoje, ele era o capitão, e enquanto esteve em campo… OK. Quando foi expulso, a equipe desestabilizou.
Dessa forma, o Atlético Nacional — que já foi bastante comentado aqui no site — conseguiu colocar em prática toda a proposta que trouxe para o Morumbi, e teve muito sucesso. Bem ao seu estilo, abusou de trocas rápidas de passes, da velocidade de seus meias e da catimba, a mesma que usou contra o Rosario Central, nas quartas de final, para reverter a boa vantagem dos argentinos. E assim veio mais uma vitória.
Não digo que foi um erro ter comprado Maicon. O São Paulo fez uma aposta para essa Libertadores, também pensando a longo prazo, é claro, mas a louca aposta deu errado. Diante de grandes necessidades, chega a ser natural colocar tudo o que tem, e o que não tem, na mesa. O que não pode ser considerado natural é o jogador, sabendo da importância que tem para o clube, ter decepcionado da forma que aconteceu.
E que fique claro o seguinte: o São Paulo não perdeu apenas porque Maicon foi expulso — isso foi apenas um agravante. A criação tricolor era bastante limitada em razão dos desfalques de Ganso e Kelvin e os substitutos não tiveram tanta eficiência. Bauza também cometeu alguns equívocos durante a partida — ele mesmo havia dito nesta semana que não se pode mais errar na Libertadores. E pior: apesar de um bom começo, a equipe da casa não me parecia ter entrado em campo para brigar por uma vaga na final.
Fato é que o São Paulo não está eliminado. Ainda há o jogo de volta em Medelín, na semana que vem. Só um milagre tira o pé que o Atlético Nacional já tem na final e coloca os dois tricolores nela.