Diante do Japão, Rogério Micale colocou em prática tudo aquilo que havia planejado ao longo da semana.
A começar pela escalação, um tanto ousada, mas interessante, com um caráter extremamente ofensivo. Thiago Maia, que é segundo volante, atuou como primeiro. Rafinha esteve mais recuado, e Felipe Anderson jogou centralizado, mas, eventualmente, tinha lá suas participações como um ponta-de-lança, um quarto atacante.
Na etapa inicial, o Brasil foi muito bem. Poderia ter aplicado uma goleada e aniquilado o Japão logo nos 45 minutos iniciais, mas o 2 a 0 ficou de bom tamanho. Só no segundo tempo que a equipe de Micale não agradou. Voltou do intervalo bastante sonolenta, talvez querendo se poupar para os Jogos.
Então Micale resolveu realizar seus testes. Colocou Luan e Renato Augusto e esquematizou sua equipe no 4-2-4 que tanto gosta. Não deu certo, ainda mais porque o time estava apagado. Mas o ponto é que faltou candência e volume no meio de campo. Volume tinha no ataque — de sobra —, mas uma peça a mais no meio seria essencial.
O sistema 4-2-4 é uma alternativa interessante, mas que apenas deverá ser utilizada quando a partida exigir. Um momento em que o jogo esteja próximo do fim, com o Brasil a todo vapor buscando o resultado no ataque, é uma excelente oportunidade para ousar.
Fato é que o Japão foi um bom teste. A seleção japonesa possui um nível equivalente aos de África do Sul e Iraque e um pouco abaixo do da Dinamarca, adversários do Brasil na primeira fase da Rio-2016. Além disso, Micale colocou em campo todos os jogadores que tinha à sua disposição, com exceção do goleiro Daniel Fuzato, e apresentou o seu interessante estilo de jogo.