A MotoGP apresentou, no tradicionalíssimo circuito holandês de Assen uma série de surpresas causadas pela chuva que acabou sendo a grande protagonista da corrida, levando até mesmo os comissários a dar bandeira vermelha e considerar a prova concluída para logo depois mudar de ideia e preferir esperar para ver se haveria condições de disputar as 12 voltas faltantes.
Assim, após muita espere e tanta confusão, decidiu-se para uma nova largada embora, em minha opinião, isso representasse desnecessariamente expor os pilotos a graves riscos.
Felizmente, dada a nova largada, não ocorreu nenhum acidente grave, mas tivemos uma série de quedas que alijaram da prova, entre vários outros, dois de seus principais protagonistas: Dovizioso, da Ducati, e Rossi, da Yamaha.
Para ambos tratou-se de querer ir além dos limites quando tinham a vitória a seu alcance e, por sinal, Rossi foi clamorosamente sincero, após a corrida, em declarar, sem meias palavras : “fui um burro, tinha 1″4 de vantagem e poderia ter-me limitado a manter a ponta mas quis aumentar a vantagem e caí”. Aliás com isso, distanciado agora nada menos que 42 pontos do líder do mundial, Marquez, está praticamente fora do luta pelo título, pois ficou também 18 pontos atrás do vice-líder, Lorenzo.
A vitória foi do australiano Miller, que após nada menos que 10 anos levou ao trunfo uma equipe não oficial, e o fez arriscando bastante nas voltas finais, quando até seu box indicava-lhe manter a calma para não arriscar-se a cair. Mas Marquez, no fim, foi o grande triunfador em Assen pois, contentando-se com o que as condições da pista lhe permitiam, acabou herdando um segundo lugar que aumentou sensivelmente sua liderança e lhe dá agora certa tranquilidade para a continuação do mundial.
Quem, pelo contrário, saiu mal de Assen, foi Lorenzo que ficou permanentemente nos últimos lugares e somente após a relargada, com a pista secando, conseguiu melhorar um pouco e aproveitar as muitas quedas para acabar num obscuro 10° lugar. Provando que ele e a chuva não se dão bem.
Uma análise à parte merece Iannone, de saída da Ducati para dar lugar a Lorenzo em 2017, que foi brilhante em todos os treinos e, embora obrigado a largar em último como punição pelo acidente com Lorenzo no GP anterior, conseguiu um excepcional 5°lugar.