Um grito bastante ecoado pelas arquibancadas do Morumbi fez muito sentido esta noite. “Toca no Calleri que é gol!”.
O São Paulo fez boa apresentação contra o River Plate, diante das 51.343 pessoas que estavam presentes Morumbi. Reflexo disso é o placar de 2 a 1 a favor da equipe tricolor, que é importantíssimo, pois o deixa mais tranquilo na briga pela vaga nas oitavas de final.
Os comandados por Bauza começaram o duelo pilhados. Sofreram, especialmente João Schmidt, com a marcação argentina na saída de bola. Foram obrigados a atacar pelas laterais, setor pelo qual criavam as melhores oportunidades.
O jogo era brigado, de muita marcação. São Paulo foi superior na maior parte do tempo. Como recompensa do trabalho, veio o primeiro gol de Calleri, aos 28′, aproveitando a frouxa marcação do lateral Mercado, que atuava improvisado na zaga. O gol deixou o River mais ligado no jogo, mas não conseguiu furar o bloqueio são-paulino antes do intervalo. Na verdade, nem finalizaram à meta de Denis nos 45 minutos iniciais.
Na etapa complementar, o São Paulo demorou para acordar. Assistiu ao River voltar mais tranquilo, focado. O clube do Morumbi tinha dificuldades para trabalhar a bola e dar sequência às jogadas; mas o jogo realmente mudou aos 15′, quando Calleri ampliou o marcador. Aí o time de Bauza voltou a ficar ligado, sem contar que, cinco minutos depois contou com a vantagem de jogar com um a mais em campo — Vangioni foi expulso após ter dado um tapa na cara de Calleri.
O nervosismo tomou conta do River e o São Paulo tomou conta do jogo. Tinha total controle, até que Denis saiu muito mal do gol e permitiu que os argentinos diminuíssem. Três minutos depois, João Schmitd foi expulso, e ficou um duelo de dez contra dez.
Desesperado pelo resultado, o River foi com tudo para o ataque. Ao São Paulo, apenas interessava manter o ótimo resultado. Poderia ter matado o jogo com Kardec, em chance claríssima já no fim, mas o centroavante desperdiçou. Assim, vale algumas observações.
Celleri só é artilheiro porque chuta mais ao gol adversário, além de ter boa pontaria, bem diferente de Kardec. Apenas pela Libertadores, o argentino já finalizou 18 vezes (11 foram no alvo) e marcou sete gols em seis jogos. O camisa 14 deu apenas quatro chutes ao gol dos adversários (dois no alvo) e não balançou as redes em nenhum dos cinco jogos que disputou.
Por isso Calleri está nas graças da torcida tricolor.
Outra ressalva: Ganso jogou muito! Correu, brigou, driblou e participou de quase todas as jogadas ofensivas. Fez o papel de cérebro do time e saiu como um dos melhores em campo.
Por fim, a situação do São Paulo é bem mais confortável agora. Para avançar, precisa apenas de um empate contra o The Strongest, na última rodada, em La Paz.