No GP do Bahrain, segunda prova do mundial de F1 tivemos uma nova vitória de Rosberg, com sua Mercedes, seguido por Raikkonen com Ferrari e por Hamilton, com a outra Mercedes. O resultado, que de certa forma surpreende pois Hamilton largava na pole, acabou sendo lógico, pois tudo esteve as favor de Rosberg, desde a volta de apresentação. Nela, aquele que teria sido seu mais direto rival, o também alemão Vettel, viu o motor de sua Ferrari estourar e não conseguiu sequer largar. Depois na largada Hamilton foi mal, teve ainda o azar de um choque com Bottas (o finlandês foi julgado culpado pela direção da prova) e jamais conseguiu sequer lutar com Raikkonen pelo segundo lugar. Assim Rosberg conseguiu, com uma bela corrida, sua quinta vitória seguida e a 16.a em sua carreira, e colocou uma enorme carga psicológica sobre o atual campeão.
Saberá Hamilton reagir à altura ? É o que veremos já no próximo dia 17, no GP da China, já que Rosberg está confiante como nunca esteve em toda sua carreira e pode realmente pensar em ser campeão. Coisa, por sinal, que agradaria à Mercedes muito mais do que mais um título de Hamilton, pois mostraria cabalmente a superioridade do carro e não a do piloto.
Para a Ferrari fica a constatação, após os problemas mecânicos de Raikkonen na Australia e agora de Vettel no Bahrain, que a busca de progresso para anular a vantagem da Mercedes resultou, ao menos por ora, numa perda de confiabilidade. E busca disso será, a meu ver, a principal tarefa dos engenheiros de Maranello para terem a possibilidade de lutar com a rival alemã, num campeonato que, para os primeiros lugares, já deixou claro que só existem essas duas equipes.
As demais, com efeito, podem proporcionar interessantes duelos nas posições subsequentes mas não tem a menor condição de lutar pelo título, Isto posto, deve ser elogiada a estreante Haas que, com toda modéstia, está mostrando a que veio na F1, com o sexto lugar em Melbourne e agora o quinto no Bahrain, além da Red Bull e da Toro Rosso, enquanto era lícito esperar um pouco mais da Williams.
Finalmente, em relação aos pilotos brasileiros, Massa teve um brilhante começo de corrida mas depois acabou em oitavo lugar, a uma volta do vencedor, talvez pagando o preço de uma tática muito conservadora (dois pits-stop em lugar de três dos rivais) enquanto Nasr ficou às voltas com os limites de sua Sauber e não teve chance de marcar pontos.
Quanto aos regulamentos, o treino de classificação foi, ao menos no Q1 e Q2, um fracasso e precisa urgentemente ser modificado ao passo que a possibilidade de cada piloto escolher entre três tipos de pneus proporcionou uma série de variações táticas que aumentaram – e muito – o interesse do GP.