Um dia após a série de brigas envolvendo “torcedores” de Palmeiras e Corinthians na Grande São Paulo, que deixou um morto, o governo do Estado anunciou que os clássicos disputados até o dia 31 de dezembro deste ano serão de torcida única – ou seja, só contarão com a presença da torcida do time mandante no estádio. A prática é válida para todos os campeonatos que ocorrerem no Estado.
Medida que se assemelha a um antigo debate sobre o extermínio das torcidas organizadas, prática a qual o promotor de Justiça Paulo Sérgio Castilho é defensor. “Nos moldes em que estão agindo, essas associações não deveriam existir”, afirmou.
Mas o problema nunca foi as organizadas.
O problema sempre foi o ser humano.
Torcida única no estádio acabará com os confrontos dentro do próprio estádio; mas quem garante que “torcedores” rivais não se encontrarão nos arredores dos palcos da partida? Ou, até mesmo, como aconteceu no domingo, quando um cidadão morreu baleado próximo à briga que acontecia a mais de 30 km do Pacaembu?
A decisão de torcida única, assim como a de proibir faixas e bandeiras nas arquibancadas, apenas acabam com uma rica tradição cultural dos frequentadores de estádio.
E, por fim, os três atos de domingo (em São Miguel Paulista, na estação Brás do metrô e em Guarulhos) não contaram com a presença de torcedores, mas de bandidos.