Lucca esteve demais na noite de ontem; mas, claramente, a vitória do Corinthians sobre o Cerro Porteño por 2 a 0 não seu deu apenas pelo brilhantismo do atacante. A melhor apresentação corintiana no ano
se deve ao bom desempenho tático da equipe de Tite.
O treinador não só consertou os erros do confronto passado, no Paraguai, frente ao mesmo adversário, como também atribuiu à sua equipe uma nova dinâmica que a Libertadores exige de um time grande.
Em Itaquera, Tite soube explorar muito bem o sistema defensivo paraguaio. A defesa do Cerro é formada por uma linha de quatro bem fechada. Assim, a aposta do treinador era pelas laterais. Se de um lado do campo a zaga estava bem concentrada, do outro ficava bem vulnerável. Não é à toa que Fagner apareceu tanto no jogo — e jogou muito. Por meio dessa estratégia saiu o primeiro gol alvinegro.
Além disso, a grande atuação alvinegra se deu a outro importante fator: ofensividade. Com exceção de Cássio, Felipe e Yago, todos os jogadores chegavam ao ataque juntos. Em muitas jogadas vimos três, quatro ou cinco corintianos dentro da área como opções para definir. Com o time na intermediária ofensiva, havia pressão na saída de bola do Cerro.
Foi seguro. Não passou sufoco. Terminou o jogo com 60% de posse de bola; trocou 502 passes; finalizou no alvo sete vezes — sinal de que a pontaria melhorou bastante —, enquanto o rival obrigou Cássio fazer uma única defesa.
O competitivo Corinthians de 2016 finalmente se apresentou em Itaquera, e o torcedor quer vê-lo novamente dia 13 de abril, na Colômbia, contra o Independiente Santa Fe.