Paciência para ter que aguentar erros defensivos e ofensivos, especialmente os de finalização. Já o coração, tem que ser forte para ver a Seleção crescer seu futebol nos minutos finais do jogo.
Não foi uma catastrófica apresentação da Seleção, embora seu resultado aponta um Brasil muito — mas muito mesmo — abaixo de seus padrões.
Uma coisa vale frisar, e esta reflete a atual situação do futebol brasileiro: desde que foi adotado o atual sistema das Eliminatórias sul-americanas (começou para a Copa de 1998), o Brasil nunca havia figurado fora da zona de classificação. Um sexto lugar é considerado inaceitável para os brasileiros.
Nessas duas partidas, frente a Uruguai e Paraguai, erros primários foram fatais. Na defesa, as falhas de posicionamento, especialmente pelas laterais, eram nítidas. E era justamente por este setor que os dois adversários exploravam com maior frequência a zaga brasileira.
No meio, Fernandinho ainda deixa a desejar. Contra os paraguaios perdeu duas bolas seguidas, sendo que na segunda saiu o gol do Paraguai. Não criou e também não se destacou na marcação, assim como o companheiro Luiz Gustavo.
Mais a frente, Renato Augusto, Willian e Douglas Costa, esperanças da criação do Brasil, estiveram apagados. Quando apareceram, desperdiçaram uma série de oportunidades na etapa complementar — a pontaria brasileira, de todos os atletas, quando misturada com intenso nervosismo, se tornava algo realmente vergonhoso.
Daniel Alves e Ricardo Oliveira, autores dos gols brasileiros, tiveram suas atuações amenizadas. O primeiro, falhou no gol do Paraguai que abriu o placar da partida. O segundo, fez o papel de um legítimo centroavante para dar início à arrancada brasileira, mesmo estando apagado na maior parte do jogo.
Destaque mesmo vai para Alisson. Salvou o Brasil daquilo que poderia ser a sua mais vergonhosa atuação em Eliminatórias. Acredito que se os paraguaios abrissem três gols de vantagem, dificilmente o Brasil se recuperaria da maneira que foi. Dunga também não iria expôr sua equipe com muitos meias e atacantes, mas deu certo.
Até a Copa América, o Brasil terá um amistoso. Mesmo com a diretoria da CBF a favor da permanência de Dunga, o treinador estará mais pressionado do que nunca no torneio continental. Até lá, não cai. Agora, seu foco deixa de estar nas Eliminatórias e passa a ficar na competição centenária.
Em outras palavras, acredito que o destino de Dunga na Seleção se dará pela atuação brasileira na Copa América.