Para milhares de jovens, janeiro é o mês mais importante do ano. Isso porque a maior chance de provar que têm qualidade para conquistar uma vaga no time profissional está na Copa São Paulo de Futebol Jr, a famosa Copinha.
Para os clubes, o torneio também é importante. Ter um bom desempenho na Copinha é mostrar a todos que um bom trabalho está feito na base.
Além disso, em meio a tantas crises financeiras, a solução de muitos clubes pode estar nas categorias de base. O melhor exemplo que posso oferecer foi o que aconteceu recentemente com o Tottenham. Os ingleses gastaram mais de 60 milhões de euros (aproximadamente R$193 milhões) para tirar Lamela da Roma e Soldado do Valência na temporada 2013-14. O primeiro machucou as costas e sequer balançou as redes em suas nove atuações nesta edição da Premiere League. Já o segundo, foi titular, jogou vinte e oito partidas e marcou seis gols, ou seja, não convenceu. Harry Kane, que hoje tem 22 anos, conquistou seu espaço no time titular na temporada 2014-15, marcou sete gols e foi decisivo na campanha dos Spurs. Ou seja, Kane indicou que a solução para o ataque inglês custou nenhum centavo sequer.
Hoje o grande dilema entre os clubes está em como apresentar o bom trabalho realizado na base. O Corinthians, por exemplo, é o maior vencedor da Copinha, com nove títulos. Até pouco tempo, o alvinegro preparava jogadores para vendê-los ao exterior. Atualmente a postura mudou. Ao longo do Campeonato Brasileiro, alguns atletas se firmaram entre os profissionais e foram peças fundamentais para a conquista do título nacional como Malcom — que foi destaque da Copinha em 2014 — e Guilherme Arana, campeão da última edição do torneio de juniores.
Diferente do Corinthians, o Santos é conhecido por sempre revelar grandes talentos. Um excelente trabalho que não é reconhecido pelos títulos, mas pelo bom aproveitamento dos atletas que ascendem ao profissional.
Hoje, muitos clubes mudam sua filosofia de acordo com suas necessidades. Não basta apenas aproveitar a garotada nos momentos em que todo o grupo de profissionais não apresenta resultados positivos ou quando aparece algum “Neymar” entre os amadores.
Fazer uma boa Copinha significa abrir portas para o time profissional. Resta apenas às agremiações aproveitarem melhor seus frutos.