No Brasil, esta é a janela mais importante na qual os clubes buscam se reforçar. Nesta época, sempre nos perguntamos após fechada alguma contratação: “Será que vai dar certo?”, mas nunca paramos para questionar qual é o critério utilizado para contratar tal jogador.
Por isso, há um número expressivo de grandes jogadores que não dão certo em outras equipes. Um exemplo é Fernando Torres no Chelsea, que antes, no Liverpool, não perdoava e nem tinha dó dos goleiros adversários. Em 141 jogos com a camisa dos Reds, marcou 81 gols. Na temporada 2011-2012, despertou interesse aos Blues. Este, poderia ter ganho mais jogos se tivesse contratado Darren Bent 25 milhões de euros do que trazendo Torres por 50 milhões. O número de gols decisivos de ambos nos três anos anteriores. A média de gols de Bent jogando pelo Sunderland era maior. Além disso, os números indicavam que Torres não se adaptaria à maneira de jogar do Chelsea. Não observar informações como essas não só pode levar times a fracassos técnicos como também financeiros.
A análise estatística está crescendo de forma exponencial no futebol. Dirigentes, olheiros, jogadores, cartolas, treinadores, jornalistas, apostadores e até torcedores com um apetite cada vez maior pelos números do futebol. Todos querem ganhar vantagem, e informação é poder.
Todo clube de nível mundial emprega uma equipe de analistas, que usam a informação que conseguem reunir para planejar treinos, criar sistemas de jogo e preparar negociações. Isso tudo não é apenas uma questão de coletar dados. É preciso saber o que fazer com eles.
Falta isso no Brasil. Muitas agremiações ainda pecam nas contratações ao fazerem apostas às cegas, ao se renderem aos pedidos dos torcedores e uma série de outros motivos.
Para dar sentido aos números é preciso analisá-los. Ainda mais agora, visto que muitos clubes estão sem dinheiro. Talvez a solução esteja na base ou em um time menor. Basta analisar. Não focar apenas no atleta que tem mais nome; mas sim no que se adapta melhor à maneira de sua equipe jogar.