A quarta-feira de Del Nero começa como ele bem queria e pode terminar de uma forma não tão bem desejada.
Começa bem porque o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro atendeu ao pedido da CBF para derrubar a liminar que impede a eleição para vice-presidente da entidade, marcada para hoje. Agora, o favorito de Del Nero, o coronel Antonio Carlos Nunes, 79, presidente da Federação Paraense e candidato único ao pleito, assumirá o posto.
Dessa forma, Del Nero poderá renunciar à presidência da CBF e deixar um aliado em seu lugar, visto que quem assume o cargo de mandatário é o vice mais velho. Caso não acontecesse assim, Delfim Peixoto, desafeto proclamado de Marco Polo, ocuparia o a cadeira de Marco Polo.
Além de Delfim, Gustavo Feijó, vice da região nordeste do país, também é opositor ao cartola.
Em contrapartida, o dia de Del Nero pode terminar de uma forma que ele não imaginava, pois será ouvido pela CPI do Futebol. Marco Polo chegará à Comissão blindado pela Bancada da Bola. Parlamentares ligados a clubes de futebol tentarão fazer com que ele não seja massacrado no Congresso. Seu outro aliado, o presidente interino da CBF Marcus Vicente, que também é deputado federal, não estará na audiência em Brasília em razão do pleito a vice da entidade no Rio de Janeiro.
Del Nero é acusado de corrupção pelo FBI e alvo de uma investigação do Comitê de Ética da Fifa. Chegou a pedir ao STF um habeas corpus para não ser preso e não precisar assinar um documento no qual se compromete a falar apenas a verdade.
Essa é uma das raras oportunidades em que veremos Del Nero, que se esconde desde a prisão de Marin em maio.