Dos times da capital paulista, o Corinthians é o único que venceu na trigésima rodada do Brasileirão, além de ter atropelado o grande carrasco dos rivais nessa competição: O Goiás, que bateu o São Paulo por 3 a 0, no Morumbi, goleou o Santos por 4 a 1, no Serra Dourada, e venceu o Palmeiras nos dois turnos por 1 a 0.
Em Itaquera, o Corinthians deu mais uma apresentação digna de líder de campeonato; foi seguro, consistente e bastante tranquilo. Além disso, alguns dos grandes diferenciais do alvinegro ficaram ainda mais nítidos nessa partida.
A começar pelo padrão de jogo definido por Tite há muito tempo e que não se altera mesmo com a mudança de peças importantes. Na escalação do Timão, percebíamos alguns câmbios com relação à equipe que o torcedor está acostumado a ver: Edilson, Edu Dracena, Guilherme Arana e Rodriguinho — que é meia e vem atuando como volante. Ainda assim o Corinthians seguiu forte defensivamente e totalmente compacto; é um time que não abusa das jogadas individuais nem da velocidade dos atletas; prevalece o coletivo, a troca de passes, os toques que aceleram a movimentação corintiana.
Outro fator, que a meu ver é totalmente determinante na campanha alvinegra, tem respeito à definição das jogadas. De fato, Vágner Love perde uma barbaridade de gols na cara, mas em muitas vezes isso acaba sendo olvidado, visto que o Timão consegue marcar gols em outros lances, pois é uma equipe muito criativa. Frente aos goianos, o centroavante do amor perdeu duas chances claras e saiu de campo aplaudido pelos torcedores quando deu lugar a Danilo, ainda mais porque os paulistas abriram 3 a 0 no placar. Ademais, vale lembrar que o Corinthians consegue marcar cedo seus scores, o que lhe dá mais tranquilidade para administrar o resultado da partida, como aconteceu ontem em Itaquera, onde o Timão passou os quarenta e cinco minutos finais se preservando.
Por fim, disparadamente Tite é o melhor treinador desse Brasileiro. Já havia conseguido tirar leite da pedra quando o elenco do Corinthians foi enxugado. Agora, faz quantas alterações bem entender e sua equipe seguirá competitiva. Tudo isso porque tem grande capacidade de enxergar reforços dentro do próprio grupo como, por exemplo, fez com Rodriguinho, que deu conta da vaga de Elias e até aumentou o poder ofensivo corintiano.
Tite criou no Corinthians uma identidade que é rara no futebol brasileiro.