Assistindo à coletiva de Dunga na tarde de ontem, fiquei tentado por algumas falas do treinador, especialmente as que tinham respeito às necessidades que o Brasil tem nesse momento para conseguir regularidade e boas apresentações que reconquistem a confiança do torcedor nesse processo de reconstrução de imagem.
“O Brasil ta precisando de humor, uma alegria para o torcedor sorrir um pouco. Eu não sou muito de dar risada, mas também gosto”, disse o treinador, que recebeu visita do humorista Tom Cavalcante no último domingo, em Fortaleza, para bate-papo com os atletas. “Nós queremos carinho, mas o torcedor também quer um pouco de alegria, e nós temos plena consciência disso”, acrescentou.
Além disso, Dunga ressaltou preocupações frente à Venezuela — adversário que só venceu o Brasil uma vez em toda sua história. Dos vinte e dois jogos, a Seleção Brasileira saiu vitoriosa em dezenove, sendo que em quinze deles venceu por mais de três gols de diferença. O interessante é que a única e histórica vitória venezuelana aconteceu durante a primeira passagem de Dunga. Para o treinador, o oponente evoluiu muito nos últimos dez anos e deixou de ter a fama de saco-de-pancadas para ser considerado um rival complicado.
Por fim, Dunga buscou não dar muitas pistas sobre a equipe que entrará em campo hoje à noite, mas é muito provável que faça mudanças. Nos últimos treinos, ele testou Filipe Luís na vaga de Marcelo e Lucas Lima no lugar de Oscar; até ensaiou Lucas Moura para o posto de Willian, todavia vejo como uma alteração improvável. Pelas modificações, é possível perceber a preocupação do treinador com a marcação pelo lado esquerdo e com a criação pelo meio de campo, principalmente nas jogadas de contragolpe.
“Nos contra-ataques, é preciso tomar uma decisão em segundos. Houve lances contra o Chile em que era para ter chutado, em outros o cruzamento foi bem feito, mas faltou a diagonal do atacante. Tem de haver movimentação, o outro tem que passar, há uma série de encaixes para fazer”, afirmou o técnico.