Em sua última coletiva, Dunga disse o que o Brasil tinha nos amistosos que estava faltando nos jogos oficiais: poder de definição nos contra-ataques. Então, logo nos trinta segundos iniciais de partida, Willian aproveitou a primeira chance que tivera para marcar o primeiro gol dos brasileiros nas Eliminatórias. Com base nesse lance, destaco dois pontos que foram positivos na atuação verde-amarela: a rápida roubada de bola e as trocas de passes em velocidade.
Claramente em razão da fraqueza do adversário, o Brasil teve mais facilidade para mudar sua postura em relação ao último jogo. Hoje vimos um Brasil com mais leveza no meio de campo e com os volantes tendo mais liberdade para avançar ao ataque. Quanto às alterações na escalação titular, Dunga testou Alisson no gol — nome favorito para ir aos Jogos Olímpicos do ano que vem —, Filipe Luis na lateral esquerda, que apoiou bem ofensivamente, e um centroavante de ofício, que fez bom jogo e deixou o seu score, Ricardo Oliveira.
Como preocupação — e das graves —, destaco as jogadas de bolas alçadas à área brasileira. Contra o Chile, sofremos gol por meio de cruzamentos. No Castelão, a Venezuela teve três escanteios consecutivos: nos primeiros, subiram mais alto que a zaga do Brasil e testaram forte para Alisson defender; já no terceiro, mais uma vez a marcação mandante bobeou e a Seleção Vinho Tinto pôde diminuir o marcador.
Além disso, mais uma vaga no meio de campo parece ter novo dono. Lucas Lima, que havia se destacado entre os demais atletas nos últimos amistosos, entrou muito bem e provou que na Seleção seu momento é muito melhor ao de Oscar. Já Douglas Costa, apesar de exercer a mesma função que faz no Bayern, ainda não tem pelo Brasil a mesma dinâmica tática do clube alemão e isso faz com que fique siga limitado em campo; porém arrisca dribles pelas pontas, o que é bom para esse time. Quanto a Willian, foi o melhor jogador nos dois jogos e, assim como Neymar, não tem a posição ameaçada.
De modo geral o Brasil foi bem nesta noite. Passou confiança contra um adversário mais fraco, todavia num momento preciso. Agora, o torcedor aguarda a convocação do dia 22 para o duelo frente a conturbada Argentina de Tata Martino, que ainda não venceu nas Eliminatórias.