O escândalo protagonizado pela Volkswagen nos Estados Unidos, onde a agência anti-poluição, EPA em inglês (Environmental Protection Agency) solicitou o recall de meio milhão de carros por terem fraudado os controles de emissões, não ameaça parar por aí. O inquérito, que poderia levar a uma maxi-multa de 18 bilhões de dólares, com possíveis desdobramentos penais, além de fazer cair o valor das ações da montadora na Bolsa de Frankfurt, converteu-se num verdadeiro tsunami no mundo todo. Por enquanto, o custo disso para os sócios do Grupo VW já chegou a 12,9 bilhões de euro.
A VW apressou-se em comunicar que os carros, dotados do mecanismo eletrônico que altera os resultados das emissões poluentes, chegam a 11 milhões, espalhados no mercado mundial. E, paralelamente, criou um ” fundo de reserva” de 6,5 bilhões de euro para fazer frente ao escândalo.
Pedidos de esclarecimentos estão pipocando no mundo todo. Desde a União Européia como um todo, até muitos de seus membros, se deseja saber o que aconteceu. A França, por exemplo, através seu ministro das Finanças, Michel Sapin, pediu a abertura de um inquérito, em âmbito continental, para “tranquilizar” os cidadãos e evitar que possam “ser envenenados”. Preocupação semelhante ocorreu na Austrália, enquanto na Coréia do Sul o ministro do Meio-ambiente convocou os responsáveis do grupo VW para colher informações, além de anunciar verificações em três modelos VW lá comercializados.
No mundo do automóvel pensa-se que a utilização do software para alterar os resultados das emissões dos gases de escapamento nos motores diesel possa ter repercussões negativas para a imagem da Volkswagen no mundo todo. E no plano político deixou numa saia justa até mesmo a chanceler Angela Merkel, acirrada defensora da tese de que “as leis devem ser obedecidas” e que agora se encontra, em casa, com um escândalo desse naipe.